Prefeitura conclui plano para implantar 120 km de ciclovia

A Prefeitura de Campinas terminou e deve apresentar após a Páscoa o Plano Cicloviário para a cidade, que prevê 120 quilômetros ciclovias. O projeto será implementado em etapas e o objetivo é que até o final do semestre esteja pronto o primeiro lote com sete ciclovias, um total de 16,4 quilômetros.   Nesta segunda-feira (30), foi publicada no Diário Oficial do Município a regulamentação para duas ciclofaixas já existentes aos finais de semana e feriados, a Magno Pacheco Aguiar (9,1 quilômetros), que vai da Avenida Norte-Sul à Lagoa do Taquaral, e a Campinas em Movimento (2,2), que vai do Bosque Augusto Ruschi até a Avenida Ruy Rodrigues.   Em toda a cidade O secretário de Transportes Carlos José Barreiro disse que o plano procurou espalhar as ciclovias em todas as regiões do município, aproveitando canteiros e avenidas para fazer a faixa segregada, onde possível. Nos locais em que não havia espaço para a criação de pista separada foi aproveitada a via pública. “Vamos levar em conta a facilidade de execução. Nossa intenção é fazer isso de forma mais barata possível”. Outra prioridade, segundo Barreiro, é que o modal cicloviário seja integrado com a rede pública de transporte. No dia 18, a primeira versão do plano foi apresentada a cicloativistas de Campinas, que propuseram mudanças. As alterações foram analisadas pela Secretaria de Transportes, mas nem todas puderam ser contempladas, segundo Barreiro. O secretário não quis adiantar detalhes do projeto, como o custo total das ciclovias ou a divisão das pistas por região ou bairro, mas a reportagem apurou que a primeira fase apresentada há 12 dias tem 16,4 quilômetros.   Locais   Serão contempladas as avenidas Mackenzie (6,7 quilômetros), Baden Powell (1,6 quilômetro), Norte-Sul (1,3 quilômetro), Washington Luís (950 metros), Theodureto de Camargo (1,6 quilômetro), além dos distritos de Barão Geraldo (2,130 quilômetros) e Nova Aparecida (2,1 quilômetros).   Serão procuradas agências de fomentos de projetos de sustentabilidade para recursos, de acordo com o secretário, como o Banco Mundial. “A Prefeitura não tem a verba para implementar todo o projeto, mas estamos atrás de financiamentos. Vamos primeiro procurar agências de fomento. Vamos evitar o governo federal, mas pedir recursos via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) não está descartado”. Parcerias com a iniciativa privada através de Termos de Ajustes de Conduta (TACs) também serão fontes de recursos.   A rede de ciclovias será interligada ao Sistema InterCamp, possibilitando integração com ônibus e passará por vias arteriais das principais regiões. Durante o workshop participarão secretários municipais das pastas de Transportes, Verde, Serviços Públicos, Esportes e Infraestrutura. Essas secretarias fazem parte do GT (Grupo de Trabalho), criado para tratar sobre o Plano Viário.Críticas O cicloativista Eduardo Gomes participou da apresentação do projeto, que ele chama de “esboço”. Ele afirmou não haver discriminação dos valores de cada ciclovia e nem a origem dos recursos no plano. Gomes fez parte da comissão que mapeou com o Conselho Municipal de Transporte e Trânsito 175 quilômetros de possíveis ciclovias na cidade, entre 2012 e 2013. No entanto, ele afirmou que nada do que foi levantado foi considerado para o Plano Cicloviário.   “Nosso levantamento levou em conta a qualidade dos locais para as ciclovias e a demanda de cada região e bairro. Nosso interesse é que sejam locais em que a população vá trabalhar de bicicleta”, explicou. Ciclovias ligando Jardim Santa Mônica, São Marcos, passando pelo Ceasa, até Barão Geraldo, deveriam ser prioridades, segundo ele.   “Foi construído um cimentado lá para pedestres e ciclistas e é impressionante a quantidade de pessoas que passam ali. São trabalhadores com bicicletas baratas carregando enxadas e instrumentos de trabalho”. Gomes não acredita que o prefeito Jonas Donizette (PSB) irá conseguir entregar os 100 quilômetros prometidos de ciclovia neste mandato.