CAMPINAS

Prefeitura abre cadastro para turismo no campo

Proprietários rurais podem se inscrever em projeto municipal; objetivo é incentivara modernização

Sarah Brito
15/02/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 19:17
Fazenda Ribeirão Cachoeira, em Sousas: distrito é um dos apontados por plano municipal como alvo para receber investimentos no turismo rural ( Cedoc/ RAC)

Fazenda Ribeirão Cachoeira, em Sousas: distrito é um dos apontados por plano municipal como alvo para receber investimentos no turismo rural ( Cedoc/ RAC)

A Prefeitura de Campinas está cadastrando proprietários rurais na tentativa de fomentar o turismo no campo, incentivando a modernização do meio e incluindo o setor na pauta de discussões públicas. A medida faz parte de uma série de ações anunciadas no ano passado. As visitas guiadas são uma forma de promover a inclusão da sociedade no meio rural.   O proprietário que aderir ao projeto será remunerado pelos turistas que receber, no valor de R$ 33,80 para cada visita — a quantia é para custear o passeio guiado pelas áreas de cultivo e criação de animais, construções históricas e para fornecer um lanche típico. Cada turma de visitantes deverá ter entre 30 a 40 pessoas. O projeto prevê atividades agroindustriais, ecoturísticas (trilhas em cachoeiras e rios), culturais e gastronômicas. O credenciamento dos produtores rurais valerá por dois anos, podendo ser prorrogado por mais dois anos. A proposta é que as visitas durem no mínimo três horas.   Direcionar o crescimento   O turismo rural também é importante para direcionar o crescimento do perímetro rural em Campinas nos próximos dez anos, elaborado pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural. O estudo quer planejar o cenário para o futuro e identificar quais ações devem ser tomadas nos próximos quatro anos para alcançá-lo e fortalecer o setor. Entre as principais ações estão a criação de uma Secretaria Municipal de Agricultura, o apoio à agricultura familiar e orgânica — destaque às compras públicas —, e a conexão do meio rural ao poder público.   A contenção da expansão urbana por meio do Plano Diretor também é indicada no documento. As regiões indicadas no estudo ficam parte em Área de Proteção Ambiental (APA). São elas: Pedra Branca, Friburgo, Fogueteiro, Amarais, Barão Geraldo, Carlos Gomes, Gargantilha, Sousas e Joaquim Egídio. São esses locais que receberão turistas — o projeto garante a preservação da fauna e da flora dos locais durante os passeios.Diretrizes   O estudo sobre o meio rural de Campinas foi apresentado no fim do ano passado, e indicou diretrizes para os cada setor. Para o agronegócio, as diretrizes propostas são o apoio a formas de compras públicas de alimentos e incentivo à agricultura orgânica na cidade. Para evitar o êxodo rural, o estudo indica melhorias de infraestrutura e oferta de serviços públicos, escolas rurais, unidades de saúde, transporte, estradas vicinais, habitação e serviços como previdência e oferta de financiamentos.     O acesso à comunicação também é importante para manter a população jovem no campo — e isso inclui os visitantes. Esse fato é considerado condicionante para a evolução da agricultura. Outro ponto levantado — importante para o turismo rural — é a manutenção das estradas vicinais. Atualmente, boa parte das vias nas áreas analisadas é de terra e sofre erosão quando chove. Há uma diretriz para que se estude a colocação de bloquetes, de modo a não impermeabilizar o solo ou comprometer o meio ambiente local.   Segundo o engenheiro agrônomo José Amauri Dimarzio, presidente do conselho, a medida é um primeiro passo para a série de mudanças que ocorrerão. “Vamos fazer um ciclo de debates com proprietários de terras, para falar sobre crise hídrica, agricultura familiar e outros temas importantes para o campo”, disse.

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