REVOLTA

Prefeitos cobram ação de Dilma e Alckmin

Chefes do Executivo da região de Campinas vão montar agenda com promessas não cumpridas

Maria Teresa Costa
17/07/2013 às 05:03.
Atualizado em 25/04/2022 às 08:37

Os prefeitos da Região Metropolitana de Campinas (RMC) ficaram revoltados, nesta terça-feira (16), com a informação de que o estudo de viabilidade de um trem ligando Campinas a Jundiaí só ficará pronto em 14 meses, e decidiram montar uma agenda de cobrança para todas as promessas feitas pelos governos federal e estadual.

“Estamos cansados de estudos, de avaliações, de projetos. Queremos ações e vamos cobrar firme”, disse o presidente do Conselho de Desenvolvimento da RMC, Milton Serafim. O governo do Estado informou, no entanto, que 80% dos projetos da Agenda Metropolitana anunciada em 2011 estão prontos ou em andamento.

Serafim informou que vai reunir chefes dos executivos das 19 cidades para ter o que ele chama de “agenda positiva”. O prefeito de Vinhedo lembrou que em novembro de 2011 o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou em Campinas a Agenda Metropolitana, que previa investimentos de R$ 4 bilhões até o ano que vem. Muitos dos projetos estão sendo realizados, mas conforme o presidente da RMC, outros ainda não saíram do papel, como a implantação de uma Faculdade de Tecnologia (Fatec) em Campinas, uma nova Escola Técnica em Sumar e a nova Fatec em Itatiba.

Outra obra atrasada é a extensão do Corredor Noroeste até Santa Bárbara d’Oeste. Com custo previsto de R$ 144,5 milhões, a licitação não foi aberta. Alckmin incluiu as obras do Corredor Noroeste na lista de três projetos de transporte público do Estado que foram apresentadas ao governo federal, na semana passada, como parte do Pacto Nacional de Mobilidade.

O trem ligando Campinas, Valinhos, Vinhedo, Louveira e Jundiaí é outro deles. “O governador, no dia do lançamento da agenda, anunciou a autorização para que o estudo tivesse início. Hoje (terça) ficamos sabendo pelo chefe do Departamento de Planejamento da Companhia Paulista de Trens Metropolitano (CPTM), Rodrigo Sartoratto de Alencar, de que o estudo de viabilidade técnica, operacional e ambiental de um trem metropolitano ligando Campinas a Jundiaí só será concluído em 14 meses”, disse. “Chega de tanto estudo. Todo mundo sabe que o projeto é viável”, afirmou.

O estudo começou em maio. Houve recurso na licitação aberta em agosto do ano passado e o contrato com a empresa Sistran Engenharia Ltda, de R$ 1,08 milhão, só foi assinado em abril.

Uma campanha para a extensão dos trilhos da CPTM até Campinas foi lançada em 2011 pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias Paulistas, com apoio da Frente Parlamentar de Logística da Assembleia Legislativa, vereadores de Campinas, Valinhos, Vinhedo e Louveira, cidades onde haveria paradas dos trens, e da presidência do Conselho de Desenvolvimento da RMC.

O sindicato estimou que o investimento necessário seria de cerca de R$ 500 milhões, mas o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, discordou. Mais do que recuperar trilhos e dormentes e implantar a linha de energia aérea, seria necessário construir estações e aumentar a frota de trens, o que levaria à necessidade de investimentos de pelo menos o dobro da estimativa sindical.

Federal

A revisão da Agenda Metropolitana, segundo Serafim, é necessária, mas será preciso estabelecer cronograma para os investimentos, com data de início e de entrega, para que os projetos não se percam. “Quero também um levantamento dos nossos projetos que estão em Brasília, para que possamos cobrar agilidade na aprovação e execução, porque a região não pode mais ficar esperando decisões políticas”, disse. Serafim lembrou que muitas cidades têm orçamento pequeno para fazer frente às necessidades e que as parcerias com o Estado e União são essenciais. As promessas feitas pelo governo da presidente Dilma Rousseff aos municípios, e não cumpridas, serão levantadas nos próximos dias.

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