Prefeito critica o seu próprio governo

O prefeito de Sorocaba, Antônio Carlos Pannunzio (PSDB), admitiu, neste domingo (30), em entrevista exclusiva ao maior jornal local, que seu governo está aquém do que gostaria após seis meses à frente da Prefeitura.

Para o chefe do Executivo, a razão é que ele encontrou uma máquina pública muito mais complexa do que tinha há 25 anos, quando foi prefeito pelo primeira vez, dando sequência a uma tradição iniciada com seu pai.

Mas Pannunzio afirmou que o reconhecimento não significa uma derrota e sim um estímulo para vencer os desafios. Os principais deles, segundo disse, são obras atrasadas e contratos suspensos herdados do governo anterior.

Esta é a primeira vez que Antônio Carlos Pannunzio tece comentário sobre a herança administrativa. Até então isto vinha sendo evitado porque o ex-prefeito Vitor Lippi (PSDB) foi seu principal apoiador para a vitória nas urnas.

A mudança de postura se deve ao fato de as cobranças terem aumentado e o seu governo precisar dar uma resposta às queixas. Além disso, ele enfrenta outro problema: novas atribuições que geraram gastos inesperados.

O principal exemplo foi a intervenção que teve de fazer na gestão do Hospital Psiquiátrico Vera Cruz, mas podem ser citados a iminência de uma epidemia de dengue e o aumento do subsídio com o transporte público.

Por conta disso, mesmo sem nem ter terminado os seis primeiros meses do seu governo, o prefeito já está sendo obrigado a fazer o contingenciamento de recursos para poder fechar as contas dentro de um equilíbrio saudável.

Segundo o prefeito, só com a anulação do reajuste da tarifa do transporte coletivo, o subsídio do governo com o setor vai de uma previsão inicial de R$ 18 milhões para até R$ 30 milhões neste ano, conforme cálculos iniciais.

Outro gasto que não estava previsto é o da Operação Delegada, convênio no qual a Prefeitura fará o pagamento de horas adicionais aos policiais militares que trabalharem em seu horário de folga para melhorar a segurança.