Movimentação na área de atendimento do Hospital Mário Gatti, que não possui auto de vistoria do Corpo de Bombeiros (Alessandro Rosman/ AAN )
Apenas 35% das 68 unidades de saúde de Campinas seguem os critérios de segurança definidos pelo Corpo de Bombeiros. Somente as unidades construídas após 2010 possuem um projeto de segurança e o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).
Para emitir o documento, os bombeiros avaliam se o local apresenta rotas de fuga sinalizadas, equipamentos contra incêndio, saídas de emergência e uma brigada de incêndio treinada para atuar quando necessário.
Entre as unidades que não possuem o AVCB estão o Hospital Municipal Dr. Mário Gatti. A situação já havia sido revelada pelo Correio em 2011, quando a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde fez uma vistoria no local e constatou o problema.
Mesmo após a denúncia da CPI, pouco foi feito para que o hospital se adequasse às normas de segurança. Recentemente, a nova administração determinou a adoção das medidas necessárias para que a unidade cumpra as exigências.
Apesar disso, não há previsão de que o hospital se adeque para atender às normas de obtenção do alvará.
Segundo o capitão Ivair Nunes, o Mário Gatti precisa apresentar um projeto de proteção contra incêndio que contemple todas as medidas necessárias para minimizar riscos. “Esse projeto é enviado ao Corpo de Bombeiros para análise.
Depois de aprovado, a administração deve executar as medidas de proteção previstas e solicitar uma vistoria”, afirmou Nunes. Durante a vistoria, a corporação irá verificar se as intervenções foram feitas e se tudo estiver dentro do que prevê o projeto, o AVCB é emitido.
A assessoria de imprensa do hospital afirma que a unidade está realizando obras de readequação da rede hidráulica e elétrica para minimizar os riscos de curto-circuito. E segundo o hospital, apesar de nunca ter obtido o laudo desde sua inauguração, há 38 anos, sempre houve uma preocupação em garantir a segurança de pacientes e funcionários. Há uma brigada de incêndio constituída que se reúne toda semana para vistoriar equipamentos, como hidrantes e mangueiras. Sob orientação dos Bombeiros, serão criados novos grupos de brigadistas.
Nos centros de saúde do município a situação é mais complicada. Somente os prédios novos têm um projeto de segurança que contempla todos os quesitos exigidos pelos Bombeiros.
A maior parte das unidades foi feita antes dessa data e muitas não têm sequer extintores de incêndio. Esse é o caso do Centro de Saúde São José. Há marcações dos extintores, mas eles não existem. A caixa para o hidrante está instalada, mas também não há equipamento.
O mesmo acontece com sinalização de rotas de fuga e saída de emergência.
No CS Aurélia há hidrantes e extintores de incêndio, mas não há sinalização indicando a saída de emergência, nem a rota de fuga.
Empresa
A Secretaria de Saúde informou, por meio da assessoria de imprensa, que irá contratar uma empresa para regularizar todas as unidades de saúde. Não há prazo para que isso seja colocado em prática porque todas as obras e contratações têm que seguir o trâmite burocrático exigido para o serviço público.
Enquanto isso não ocorre, o diretor de Saúde Mauro Aranha determinou que todos os coordenadores de unidade façam uma fiscalização para verificar quesitos como extintores e hidrantes em suas unidades. A intenção é trocar os equipamentos que estejam vencidos e providenciar nos locais onde eles não existam.