MEMORÁVEL

Pouso dos Bandeirantes

29/09/2013 às 05:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 01:49

Os garotos Zildo, Robertinho, Jair, Gustão e outros do bairro do Bosque fundaram, em 30 de setembro de 1955, o Esporte Clube Bandeirantes. A brincadeira desfrutada inicialmente na Rua Pedro Álvares Cabral, jogada com bola de meia, passou a tomar corpo quando, após muita luta, o time conquistou um uniforme. Então, munidos de enxadas, os integrantes resolveram desbravar um terreno no próspero arruamento na época denominado Nova Campinas. Batizaram de Campo do Jequitibá. Depois dele, muitos outros campinhos vieram, inclusive o da Fazenda Matto Dentro, um resgate à história, já que os primeiros pés de café foram plantados lá, no tempo em que a cidade ainda era conhecida como Vila de São Carlos.A explosão demográfica e migratória a partir da década de 1970 deixou muitas equipes da várzea sem casa, mas isso não aconteceu com os bravos Bandeirantes. Os anos contribuíram para uma decisão que vinha amadurecendo. O então presidente Roberto Russo manteve a todo custo as viagens bandeiristas, marcando jogos na região e atuando em estádios e campos nas pequenas cidades vizinhas.E foi apenas ele que ficou dos tempos da fundação. Mas, lentamente, sem ninguém notar, começaram a surgir os primeiros sinais do Mal de Alzheimer. As viagens pareciam cansativas e a condição desportiva era diminuta. Só que o amor teimava em confrontar a razão que falava forte. Evitou o quanto pode até decidir fomentar aos poucos o desejo ainda incerto de pendurar as chuteiras.Nesse vai não vai, uma alternativa em forma de luz. A imagem do Bandeirantes jogando no Sítio Santa Clara. Mudariam a rota. Atuariam num campo menor. Não haveria rivais, disputariam pelejas entre amigos. O novo pouso seria um bálsamo, um fôlego inovador. Assim, o Bandeirantes ressurgiu das cinzas, como a Fênix, o pássaro grego que ilustra a bandeira e o brasão de Campinas e representa o renascimento da cidade depois do surto de febre amarela.A ideia chamada Bandeirantes continua viva. Robertinho já morreu, mas amanhã o Tá...lentos do Esporte Clube Bandeirantes comemora 58 anos, agora sob a batuta do presidente Pedro Pires de Toledo e do capitão-mor José Inácio Toledo, o Jair.Logo essa história vai virar livro pelas mãos de Renato Russo, filho de Roberto. Para este texto, contei com sua valiosa contribuição. Ele escreve bem pra caramba.

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