LÍQUIDO & CERTO

Portugal infinito

A tradição do vinho produzido na região do Douro, com a bela cidade do Porto, acolhe produtores modernos

28/04/2013 às 05:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 18:55

Portugal é tema de um evento que está estreando no calendário local neste fim de semana. Vinhos & Sabores de Portugal, em curso no Royal Palm Plaza Resort (neste domingo (28), a programação vai das 14h às 19h), mostra um pouco do que o país ibérico tem de melhor: a gastronomia. Isso envolve vinhos, azeites e um sem fim de comidas, comidinhas e comidonas. Tudo na terrinha impressiona, da arquitetura à literatura, do passado ligado às grandes navegações à língua com toda a sua riqueza. Para um visitante com alguma curiosidade pelo vinho, um dos aspectos mais fascinantes de Portugal é a enorme diversidade de uvas autóctones, ou seja, originárias daquele território.

Se estamos acostumados à pronúncia afrancesada e educada de cabernets, pinots, sauvignons, chardonnays e syrahs, em Portugal temos que trocar o chip e penetrar no universo das palavras de entonação rude e viril, à primeira vista sem qualquer vínculo com a enofilia. Tinto cão, esganacão, periquita, bago de louro, bastardo, alfrocheiro, castelão, trincadeira, sercial, donzelinho, rabigato, tinta Francisca, negra mole, mantéudo, batoca, ovelha tinto, avesso... E assim vai. Mas não se engane. Em Portugal há vinhos parrudos, sim, mas têm também os elegantes. E se existe uma uva que se destaca nesse pequeno país, esta é a touriga nacional, variedade apontada como uma espécie de identidade lusitana e que produz vinhos intensos e encorpados.

A mesma pegada é vista nas vinícolas batizadas com nomes exóticos aos nossos ouvidos: Paço dos Infantes, Herdade do Esporão, Prova Régia, Quinta da Romeira, Porca de Murça, Barca Velha, Ribafreixo, Quinta da Pacheca e segue a lista. E, por conta da presença inglesa em Portugal, especialmente ao Norte, na região do Douro, de onde sai o consistente Vinho do Porto, bebemos também Sandeman, Churcill’s, Graham’s, Taylor’s, Croft. 

Sim, estamos numa país de tradições culturais. Mas a enologia tem espaço para os ventos da modernidade. Há produtores influentes que defendem rótulos voltados para o consumidor do Novo Mundo (entenda-se, os que estão fora da Europa).

Eles falam em ganhar mercado internacional com vinhos modernos, potentes, alcoólicos. A palavra marketing também entrou para o dicionário sisudo da nação por meio de iniciativas individuais e coletivas. Um bom exemplo dessa nova postura é o Douro Boys, movimento coordenado por cinco quintas importantes (Vallado, Vale Dona Maria, Niepoort, Crasto e Vale do Meão) que vem sugerindo novos caminhos para o vinho português. Eles são sucesso de mídia.

Nessa onda, eventos como o Vinho & Sabores de Portugal são iniciativas bem-vindas para dar visibilidade a uma produção rica, de lastro e ainda desconhecida em muitos lugares. No Brasil mesmo, só agora o consumidor consegue ir além do já citado Vinho do Porto, Vinho Verde, Quinta da Bacalhoa, Barca Velha. Saúde!

A tradição do vinho produzido na região do Douro, com a bela cidade do Porto, acolhe produtores modernos, antenados com o Novo Mundo

Programe-se

Vinhos & Sabores de Portugal

Domingo (28), das 14h às 19h, no Royal Palm Plaza Resort (Av. Royal Palm Plaza, 277, Nova Califórnia)

Ingressos R$ 70

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