Saúde Bucal

Porque só a escova não basta

Ir ao dentista é tão importante quanto fazer check-up do coração

Raysa Figueiredo / Especial para a AAN
26/02/2015 às 18:35.
Atualizado em 24/04/2022 às 00:37
Saúde Bucal  (Istock)

Saúde Bucal (Istock)

Assim como o check-up feito para verificar a quantas andam o coração e as taxas de colesterol, os exames preventivos realizados pelo dentista também são necessários. Sim, porque apenas escovar os dentes, passar o fio dental e usar um enxaguante bucal não é o suficiente. “De fato, essas práticas são importantes, mas as visitas regulares ao dentista são fundamentais, pois só um especialista sabe identificar as reais necessidades do paciente”, alerta Félix Rodrigues, da Félix RR Odontologia.    Um dos aliados na prevenção de problemas bucais é o Check-Up Digital Preventivo, um moderno recurso tecnológico capaz de detectar o aparecimento de uma doença antes mesmo de os sintomas surgirem. O equipamento permite um aumento de até 60 vezes da imagem, o que ajuda o profissional a detectar e prevenir complicações futuras. O tratamento acontece de forma precoce, sem traumas nem sofrimento, e com custo mais baixo. Com o novo recurso, a consulta preventiva pode ser feita uma vez ao ano, mas o sucesso depende, também, do paciente, que deve continuar fazendo a higienização bucal rotineira.    A estética do sorriso Lembra daqueles aparelhos ortodônticos antigos, que deixavam o sorriso acanhado? Pois esqueça. Atualmente, aparelhos modernos e superdiscretos permitem que pessoas de todas as idades corrijam as imperfeições e tenham cada vez mais motivos para sorrir. Na Maia Dental Care, uma das soluções é o sistema Invisaling, com o qual é possível modificar o sorriso sem que os outros notem que a pessoa está usando aparelho. Um modelo virtual é criado a partir do escaneamento da moldagem dos dentes. O programa auxilia no planejamento, pois simula a movimentação dental que ocorrerá e em que tempo e possibilita visualizar virtualmente o resultado antes mesmo do início do tratamento. Para modificar a anatomia dental, fechar espaços ou refinar a estética após o tratamento ortodôntico, pode-se recorrer a facetas cerâmicas ou lentes de contato, técnicas modernas que devolvem ou proporcionam o formato desejado aos dentes com pouco ou nenhum desgaste da estrutura. De acordo com a ortodontista Viviany Maia, o melhor tratamento é o que associa função e beleza para cada paciente. “A estética do sorriso ganhou muita importância nas últimas décadas e é comum pacientes que desejam ter dentes como os dos artistas”, comenta.Em busca de harmonia O custo da colocação de porcelana, no entanto, pode assustar um pouco quem almeja um sorriso à la Hollywood. Mas há uma alternativa. Com excelente custo-benefício, o tratamento feito com resinas compostas e graças às suas novas formulações também restabelece as relações intermaxilares, da fonética, da função mastigatória, da estética e do conforto.   Com o passar do tempo, é comum que a boca do paciente apresente trabalhos de diferentes materiais, realizados em épocas distintas. Isso provoca uma desarmonia na mastigação e no sorriso, causando desconforto estético e problemas funcionais. E aí entra em cena a reabilitação oclusal. “Por meio de um planejamento multidisciplinar, ela recupera a saúde bucal e a harmonia do sorriso, devolvendo ao paciente uma mastigação equilibrada e funcional”, explica Lilian Meneguetti, da Dental Solution. Outro segmento em alta na odontologia moderna é a reabilitação oral, cuja finalidade é restabelecer uma nova oclusão – assim é chamada a forma como os dentes se tocam e se encaixam. O rejuvenescimento facial é um dos grandes trunfos desse tratamento, uma vez que, além da harmonia da saúde bucal, há a recuperação da autoestima e da qualidade de vida. “O planejamento é a parte principal para se atingir a satisfação, identificando as ausências dentárias, a situação atual da oclusão e da mastigação do paciente, visualizando os problemas crônicos e as dificuldades que ele vem sofrendo”, explica Tânia Monteiro, da Clínica Hebe Monteiro.Moldes nunca maisA tecnologia tem se firmado, cada vez mais, como uma importante aliada da odontologia. Na Azuaga Dental, uma máquina importada da Alemanha substitui o molde e o trabalho do protético. Para fazer um dente inteiro, parte dele ou uma lâmina, é realizado um escaneamento com scanner intra-oral e a imagem é enviada a um computador, onde é feito o desenho da estrutura a ser restaurada. Depois de pronto, o desenho é enviado a uma fresadora 3D, que confecciona o dente de porcelana no mesmo dia. “Há dois anos, adquirimos a máquina Cerec Cad Cam e fomos para a Alemanha fazer treinamentos e aperfeiçoamentos”, explica Raul Azuaga, especialista em plástica dental, da Azuaga Dental.   Pacientes da Clínica Camila Dutra também têm à disposição essa nova tecnologia, que oferece rapidez e segurança na confecção de restaurações, próteses, coroas e facetas de porcelana. “Evitando as moldagens e as provas, alcançamos grandes mudanças na estética com materiais muito resistentes. Com isso, conseguimos realizar um só dente ou fazer toda uma reabilitação oral com essa tecnologia”, explica Camila Dutra, proprietária da clínica que leva seu nome. De acordo com a especialista, o resultado é rápido, altamente estético, resistente, seguro e com perfeita adaptação.         E se não há mais dente... Como em todas as áreas da saúde, a falta de cuidados vai se acumulando ao longo da vida e o reflexo será sentido com mais intensidade lá na frente, na terceira idade. “Nesses anos todos, observei que a grande maioria dos pacientes nessa faixa etária carrega marcas de uma odontologia essencialmente curativa e imediatista. Com o tempo, isso resultou em sérios problemas de ordem fisiológica, funcional e estética”, explica Walter Machado, da Clínica Dr. Walter Machado de Campos Júnior e especialista em saúde bucal de idosos. Graças à evolução da odontologia, hoje é possível buscar novas soluções. Uma delas é a substituição das antigas dentaduras por próteses implantadas, proporcionando mais segurança e conforto ao paciente.   Especializado em implantes, Paulo Henrique Teles de Almeida, do Centro de Implante Dentário, destaca como novidades do segmento as cirurgias de enxerto ósseo usando fatores de crescimento. “Geralmente, há perda óssea na região do dente que está faltando e ocorre uma atrofia desse tecido, principalmente, se faz alguns anos que o paciente perdeu o dente”, explica. Segundo ele, o melhor enxerto é o autógeno, chamado de Gold Standard (ou padrão ouro), em que se leva células vivas do próprio paciente de uma região para outra. Como a remoção de ossos pode gerar desconforto, o centro tem adotado alguns biomateriais, feitos em laboratório, que são misturados a fatores de crescimento para promover uma condução óssea e formar um novo tecido. Uma alternativa para quem não pode ou não quer se submeter a enxertos ósseos, principalmente no arco superior, onde há uma atrofia bastante grande, é a utilização de implantes zigomáticos. Colocados nas maçãs do rosto, eles seguram uma prótese com todos os dentes superiores poucas horas depois do procedimento. Onde o Paciente está? Ainda que sejam assistidos por médicos, pacientes com comprometimento sistêmico ou neurológico e até os que não possuem mais dentes não podem descuidar da cavidade bucal. Afinal, problemas nessa região podem causar dores, infecções locais, secura, desconforto, dificuldades na alimentação e câncer bucal, além de desencadear endocardite infecciosa, acidentes vasculares cerebrais e pneumonia. Para atender a essas pessoas, a Clínica Hetem oferece para residências e hospitais o serviço de home care odontológico.   “Possuímos um consultório completo portátil com o qual realizamos variados procedimentos, incluindo os mais complexos, como cirurgia e instalação de implantes”, informa Rober Hetem. A clínica também conta com atendimento em outras especialidades da odontologia. “Já diz um velho ditado que a saúde começa pela boca. Quando a saúde bucal não vai bem, as bactérias e os fungos que se encontram naturalmente ali podem perder o equilíbrio, atingir a corrente sanguínea e causar doenças em outros órgãos ou sistemas.” Flávia Silva Mothé, cardiologista responsável pela Enfermaria de Cardiologia do HMCP

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