ZEZA AMARAL

Por um lugar na história

Zeza Amaral
zeza@rac.com.br
31/03/2014 às 21:59.
Atualizado em 24/04/2022 às 14:01

O bom da vida é que nem tudo é do mesmo jeito. Futebol é discussão com a sogra, e ela sempre tem razão – embora não tenha. E eis que o Santos vai bater de frente com o Ituano, o mesmo que superou o Corinthians.Mano Menezes já se referiu aos deuses do futebol pela eliminação da sua equipe. Muito ruim, por sinal. Se ele vai continuar, bem, isso depende dos deuses da cartolagem incompetente do Timão.E o Palmeiras não entendeu nada do Ituano. Assim como o Santos, horas antes, levou uma sorte que o próprio Oswaldo de Oliveira confessou, em uma coletiva, que teve em mais um lance de catarse para espantar o fantasma que se aproximava. Futebol hoje é mais propenso à crítica quanto ao salário de quem dele vive do que à competência demonstrada.E é uma pena que Machado de Assis nos tenha abandonado ao relento de seus personagens, os quais não relembro aqui por inércia memorial, ou preguiça de nutrí-los de exemplos literários, para que busquem os técnicos exemplos de como lidar com a alma humana, ora essa!Não faço do futebol a minha angústia existencial, do sempre torcer pelo mais fraco, o que é muito comum na pátria dos brasileiros que se acomodam com a falta de esgoto, água encanada e ônibus lotado e sem respeito ao horário determinado por lei. Ninguém sabe a hora do ônibus e se sustenta em latas velhas. E torce ali, aqui, discute a melhor formação do time e eis que o Penapolense deu o maior sufoco no Santos que, agora, vai enfrentar o Ituano que desbancou o Palmeiras centenário.O fato é que salário não ganha jogo e nem a voz do povo é a voz de Deus. Fosse assim, Penapolense e Ituano estariam lavando a ingenuidade de toda a torcida brasileira, do Oiapoque ao Chui, quanto a quem venha a ser o campeão do paulista de 2014. Ou dos planetas Terra a Netuno – ou sei lá se de algum outro mais longe.Santos e Ituano, e a distância entre eles é de alguns milhões de reais de salários mensais. Resta saber se o futebol é jogado no contracheque ou pela alegria de apenas jogar futebol sem desconsiderar a grana que vai surgir caso os ituanos faturem o caneco paulista, o que, de resto, também não vai ser muito significativo além do que vêm recebendo até o momento.O Santos é a única equipe brasileira preocupada em buscar novos jogadores para a sua equipe, coisa que faz e vem fazendo com muita competência. Resta saber se a garra onírica financeira de seus meninos supera o sonho dos boleiros ituanos por uma foto na história do futebol paulista. Às vezes, isso faz a diferença.

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