JOGO RÁPIDO

Por que Tite foi eliminado?

Coluna publicada na edição de 14/7/2018 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
carlo@rac.com.br
13/07/2018 às 20:00.
Atualizado em 28/04/2022 às 11:25

Nos últimos dias surgiram muitas explicações para a eliminação precoce da Seleção Brasileira na Rússia. Três fatores bastante citados são os seguintes: a insistência de Tite com um centroavante que não faz gol, a teimosia do treinador em não mudar a equipe e, por fim, a falta de experiência de Tite e de sua comissão em Copas do Mundo. A minha análise é diferente. Considero muito bom o trabalho de Tite (em dois anos, não em três semanas) e atribuo a eliminação a uma grande atuação da Bélgica, num dia em que uma ou duas peças do Brasil não funcionaram bem. Mesmo assim, o time pressionou e esteve perto do empate, isso para não falar no pênalti sobre Gabriel Jesus, não marcado pelo árbitro. As outras explicações não se sustentam. São apenas fatos destacados aqui e ali depois da derrota diante dos belgas. Vamos a elas. Tite é criticado por ter mantido Jesus como titular. Eu também acho que Firmino deveria ter tido mais oportunidades, mas a escolha de Tite é coerente. Jesus e Neymar são os artilheiros dessa Seleção. Jesus sofreu uma contusão e disputou apenas 19 jogos do Inglês. Mesmo assim, fez 13 gols. O fato de não ter feito gol na Copa não significa que seja um “9 que não faz gol”. Essa expressão, na verdade, cai bem para Giroud, titular da França. Tem jogado mal e fez apenas três gols em 13 jogos no Inglês. Nem no Chelsea é titular. A França prova que é possível chegar à final com um 9 que não faz gol. Ao analisar o trabalho de Tite, muitos o criticam por não ter mudado o esquema de jogo. E citam alguns exemplos de treinadores que mudaram o time e foram além das quartas. A Copa, porém, está cheia de exemplos de técnicos que mexeram (e mexeram muito) na escalação e foram eliminados ainda na primeira fase. O Brasil foi competitivo até o último jogo. Não havia necessidade clara de mudanças. Por fim, vamos à avaliação de Parreira, sobre falta de experiência. Felipão foi campeão em sua primeira Copa. Na segunda, à frente de Portugal, bateu o recorde de vitórias seguidas em Mundiais. Em 2014, muito experiente, chegou à semifinal, mas sofreu a derrota mais vergonhosa da história do futebol brasileiro. O próprio Parreira foi campeão em 1994 e, mais experiente, fez trabalho ruim em 2006. Será bom para Tite disputar a Copa com mais experiência em 2022. Mas isso, evidentemente, não garante que a campanha será melhor. Joachim Low foi campeão em 2014 e deu vexame em 2018. A melhor explicação para a eliminação do Brasil é que a Bélgica jogou bem, foi decisiva em momentos cruciais e depois conseguiu segurar o bom time de Tite. O resto é análise pós-derrota.

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