Não é raro ver nos aeroportos pessoas espertinhas, que tentam furar a fila no check-in ou para embarcar. É um desespero que parece que a aeronave vai levantar voo deixando quem está na fila para trás.
As pesquisas mostram que cada dia mais brasileiros estão viajando de avião. Muitos já estão descobrindo destinos internacionais como Argentina e Chile. Isso é muito bom, pois fica mais palpável o crescimento que o Brasil vem alcançando.Porém, parece-me que muitos desses novos turistas não sabem, ou simplesmente ignoram algo que deveria ser indispensável: a boa educação. Não é raro ver nos aeroportos pessoas espertinhas, que tentam furar a fila no check-in ou para embarcar. É um desespero que parece que a aeronave vai levantar voo deixando quem está na fila para trás.Presenciei um episódio lamentável em minha última viagem. A companhia chamava um grupo para embarcar e um casal, que não pertencia a este grupo, insistiu tanto para entrar no avião que a comissária por fim desistiu e permitiu que passassem. No caminho ainda tiraram sarro da situação e da profissional.Outra atitude muito comum é a insistência que alguns passageiros têm em utilizar seus smartphones mesmo quando são solicitados pela tripulação para desligá-los. É mensagem para contar para os amigos que embarcou, é foto para o Facebook, etc. Mas, e a regra de segurança, onde foi parar?E quando o voo é noturno e alguns insistem em ficar no bate-papo noite adentro. Conversar não é problema, desde que não seja no volume máximo e com muitas gargalhadas. O bom-senso não tem caminhado junto com o crescimento do acesso de novos viajantes, infelizmente.Às vezes me pego de boca aberta com alguns tipos. Outro dia, na imigração do Chile, um grupo de brasileiros falava tão alto que um dos agentes da Polícia Federal chilena pediu para que se acalmassem. Não contentes, o mesmo grupo ainda insistiu em tirar fotos no local, o que é proibido por lei em qualquer país, inclusive no Brasil.Na hora de comer a coisa anda bem complicada. Faz tempo que as companhias não servem mais grandes refeições na classe econômica. Mesmo assim, alguns passageiros pedem para repetir e diante da negativa ou da cara sem graça das comissárias, ameaçam começar um barraco.Viagem é para ser prazerosa, por mais apertado que um avião possa ser, é preciso, no mínimo, ter um pouco de bom-senso e de educação. Só assim todos chegarão ao destino menos estressados e com a sensação de que vivemos com dignidade. Para quem não segue esses preceitos, fica a dica de reflexão. Se cada um fizer um pouco, no final quem ganha são todos que compartilham o tubo pressurizado.Eduardo Gregori é editor de Turismo do Correio Popular