Feita em concreto de ferro, ficou prejudicada, segundo moradores, após ser atingida por máquinas
Via de acesso tem 18 metros de comprimento e passa sobre um córrego a uma altura de aproximadamente sete metros (Camila Moreira/ AAN)
Uma ponte com estrutura danificada e risco de desabamento revolta moradores do Jardim Lisa, bairro próximo a Avenida John Boyd Dunlop, no Distrito Campo Grande, em Campinas. Feita em concreto de ferro, a ponte ficou prejudicada, segundo moradores, após ser atingida por máquinas do Serviço Público que executaram a retirada de barracos naquela área de risco. A via de acesso tem 18 metros de comprimento e passa sobre um córrego a uma altura de aproximadamente sete metros, cortando uma área verde usada para entulhos clandestinos, ao lado da Rua Dr Ottílio Guerneli. De acordo com moradores mais antigos no bairro, como Osvalda Flávio Correa, estabelecida no bairro há 32 anos, e que passa pelo local às 5h30 para trabalhar na coleta de recicláveis, antes a ponte era de madeira e há 18 anos foi substituída por concreto e ferro. "Arrumaram uma vez quando teve enchente. Agora ligamos no 156 mas ninguém veio ver", reclama. Osvalda teme a ocorrência de acidentes durante a madrugada e o risco de ninguém poder socorrer as vítimas no escuro. Por ser o caminho mais fácil até o terminal de ônibus do bairro vizinho, é comum trabalhadores passarem pelo local às 4h30 para pegar os primeiros ônibus. É o caso da moradora Eunice Sousa da Silva, que sem alternativas encara o risco de queda e passa pelo trecho de acesso antes do sol raiar. "Já topei com cobras e ratazanas, sem falar no medo dessa ponte desabar com quem estiver nela", teme. Em busca de atendimento na creche do parque Itajaí, muitas mães com crianças de colo do Jardim Lisa se arriscam pela ponte, outras encaram cortar o bairro todo a pé para sair do outro lado, percurso cansativo sob o sol forte. Com um bebê de apenas sete meses nos braços. Maria Aparecida Pires, não quer mais usar a ponte por achar a travessia arriscada. "Tenho medo de cair no córrego", diz. Outra mãe, Eliane Souza Cardoso, atravessa a ponte diariamente com a filha de quatro anos. "Minha filha está traumatizada. Não quer mais passar ali", conta. Compartilhando a opinião dos vizinhos sobre o risco que a ponte oferece à comunidade do Jardim Lisa, Vanilda Cruz da Silva, soube de um acidente com uma senhora que fez a travessia mas acabou se machucando ao tentar descer da ponte, que está com a estrutura levantada do solo e requer que as pernas sejam bem esticadas para que o pé alcance o chão. "A idosa caiu e foi socorrida por moradores" , disseram. Em nota oficial, a Prefeitura informou que irá enviar quarta-feira (22) um engenheiro da Secretaria de Serviços Públicos para avaliar a situação estrutural da ponte e, se necessário, irá interditar o local.