A Ponte Preta viu o Red Bull Brasil "nascer" para o futebol. E, desde os primeiros passos, abriu os portões do Moisés Lucarelli para o caçula de Campinas mandar jogos pelas divisões de acesso. A estreia foi no dia 28 de abril de 2008, pela 4ª divisão do Paulista, no empate sem gols com o Elosport. O tempo passou, o Toro Loko cresceu e será adversário da Macaca, neste sábado (28), a partir das 21h, em partida pela 7ª rodada da elite do Estadual. Será o primeiro confronto oficial entre os clubes, que vivem situações diferentes no Paulistão. A Macaca defende uma invencibilidade de cinco rodadas — três vitórias e dois empates —, tem 11 pontos e busca a liderança Grupo B. Já o Toro Loko está em 4º lugar com oito pontos no Grupo A, a seis do G2. Em baixa, busca a reabilitação depois de dois tropeços como mandante, na derrota para o XV de Piracicaba (3x2) e empate com São Bento (2x2). Para o time pontepretano, é apenas "mais um" jogo que vale três pontos na classificação e que não pode ser encarado como um clássico local. "Toda rivalidade se constrói com o passar do tempo", ressalta o técnico Guto Ferreira. "Esse jogo com o Red Bull é importante como qualquer outro porque vale a nossa permanência no alto da tabela. Temos que vencer para não nos afastarmos de nossos objetivos finais." Para o meia Roni, que está confirmado no ataque, não é possível tratar o jogo como um dérbi ou algo do gênero. "O clássico da Ponte é com o Guarani. O Red Bull é um bom time, vem fazendo um grande trabalho, mas não pode ser tratado como rival. É um confronto muito importante porque queremos a vitória para ficar na briga pela classificação", diz. Guto Ferreira confirmou duas mudanças entre os titulares. Na defesa, João Paulo entra na lateral-esquerda porque Rodrigo Biro está suspenso pelo terceiro cartão amarelo. No ataque, Wellington ganhou a vaga de Fábio Santos, que não vinha conseguindo transformar as oportunidades criadas em gol. No mais, será o mesmo time que venceu o São Bernardo por 2 a 0 na rodada anterior, no Moisés Lucarelli. POUCO TEMPO No futebol, quando um elenco é equilibrado, qualquer descuido pode ser fatal. E esta máxima vem se confirmando a cada dia na Ponte Preta. A primeira vítima foi o goleiro Reynaldo, que estreou mal e perdeu espaço para Matheus. Renato Chaves se descuidou e viu Tiago Alves assumir a vaga na zaga. Já Biro Biro precisou de apenas 45 minutos para mostrar qualidade a garantir seu lugar entre os 11 escolhidos de Guto Ferreira. A bola da vez foi o atacante Fábio Santos. Depois de cinco jogos sem marcar, perdeu espaço para Wellington, que estreou na semana passada mostrando seu "cartão de visita". Depois do gol na vitória sobre o São Bernardo, garantiu a camisa de titular. "Sou centroavante e sei que preciso fazer gol. Se não fizer, não vou agradar ao torcedor e ao treinador", reconhece Wellington. Vice-artilheiro da segunda divisão no Japão atuando pelo Shonan Bellmare, o jogador tem contrato até o final do Paulista. Por isso, reconhece que tem pouco tempo para mostrar qualidade e permanecer no Majestoso. "Existe a possibilidade de renovação e quero continuar na Ponte. É difícil falar em meta, mas vou me esforçar para corresponder", disse. WILLIAN MAGRÃO ENCARA EX-TIME De volta ao Majestoso, mas desta vez como rival. O zagueiro Willian Magrão, ex-Ponte Preta, sabe que o Red Bull Brasil vai encarar uma pressão forte da torcida no duelo desta noite de sábado e precisará de muita atenção para não cair diante dos donos da casa. "Jogar contra a Ponte em seus domínios é sempre complicado porque o torcedor comparece e apoia demais o time. Contudo, a gente precisa vencer, é o que importa neste momento", comenta. O Toro Loko busca a reabilitação depois de dois tropeços como mandante, na derrota para o XV de Piracicaba e empate com São Bento. O atleta, que defendeu a Ponte no Paulista de 2012 quando a equipe foi eliminada nas semifinais, garante que a defesa do Red Bull estará bem atenta, pois o atual elenco alvinegro tem se mostrado bastante sólido. "Sabemos da qualidade do ataque da Ponte, a defesa deles também é bem sólida, difícil de entrar, e o meio de campo é qualificado com o Cajá. É um jogo duro e temos que fazer o melhor para vencer", disse. Nos tempos de Ponte, Willian ainda atuava de volante, mas nesta temporada tem formado a zaga com Fabiano Eller. E o jogador tem gostado da função. "Alguns treinadores vinham me falando para eu treinar como zagueiro. Agora no Red Bull efetivamente estou na função e avalio que tenho ido bem. O único cuidado é de não ter o ímpeto de ir mais à frente como antes." Willian tem um gol marcado neste Paulistão na vitória sobre o Bragantino. MARCAÇÃO Com uma semana de preparação para o jogo inédito, o técnico Mauricio Barbieri aproveitou para recuperar os atletas do desgaste físico dos últimos jogos e reforçar a marcação do grupo. "Trabalhamos para deixar a marcação mais forte e o time mais coeso para evitar os erros que cometemos no final dos jogos", afirmou, lembrando que, nas duas últimas partidas, a equipe foi castigada com gols no fim e também no duelo com o Penapolense. O treinador não confirma a escalação, mas deve começar o jogo com o mesmo time que encarou o São Bento.