Ao invés de contratar jogadores que sejam especialistas na posição, Diretoria Executiva decide formar uma estrutura com profissionais com passagens pelos principais clubes do Brasil
No comando do futebol profissional, Eberlin disputou a divisão de elite nacional de 1998 a 2006 (Marco Ribolli/Pontepress)
Com a proximidade da estreia na Série C do Campeonato Brasileiro, no próximo sábado, às 16 horas, contra o Figueirense, no estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis, a Ponte Preta entra em sua fase final de preparação e confia na experiência da própria diretoria e de jogadores que passaram pelas principais divisões do futebol brasileiro para conseguir uma das quatro vagas disponíveis para a Série B de 2026.
Ao contrário do que apregoam algumas equipes, segundo as quais, o melhor é contar com atletas especializados na divisão, a Macaca foi pelo caminho inverso e acredita em pessoas que já estiveram no topo do futebol nacional. Um cenário vivido pelo próprio presidente Marco Antonio Eberlin. Guindado a diretor de futebol em meados da década de 1990, ele conseguiu o acesso com a Macaca na Série B de 1997 e depois deixou a equipe na divisão principal nacional entre 1998 e meados de 2006, quando saiu por divergências com o então presidente Sérgio Carnielli. Após a sua saída, o clube não se recuperou e foi rebaixado no mesmo ano e só retornou com o terceiro lugar na Série B de 2011.
Alberto Valentim desembarca na Série C com currículo robusto. Lateral formado no Guarani em 1995, ele conseguiu atuar por Cruzeiro, Flamengo, Udinese e Athletico-PR. Como treinador, após uma experiência como auxiliar técnico do Palmeiras, Valentim emplacou trabalhos no Vasco, Botafogo e Athletico-PR. No ano passado, esteve envolvido na campanha do Ituano que culminou com o rebaixamento tanto no Campeonato Paulista como na segundona nacional. O técnico admitiu em várias oportunidades que a atual temporada é um espaço de redenção. "A primeira conversa que tive com João Brigatti (coordenador de futebol) e com o presidente Marco (Antônio Eberlin), foi de nós nos reerguermos individual, coletiva e institucionalmente. Todos nós. E isso, no período em Atibaia, foi falado todos os dias, de trabalhar mais, fazer mais do que todos fizemos ano passado, com quantidade e qualidade. Temos que unir esses dois pontos importantíssimos", afirmou o técnico na apresentação oficial, no dia 3 de janeiro.
Sem espaço para improvisos, a Macaca buscou um preparador físico que pudesse corresponder às expectativas em termos de eficiência e de trajetória profissional. A escolha recaiu sobre Léo Cupertino, que tem trabalhos nas categorias de base da seleção brasileira. Como saldo, o preparador foi campeão com a Seleção sub-23 nos Jogos Pan-Americanos de 2023. Cupertino atuou por América-MG, Bahia, Vasco, Vitória, Criciúma e Guarani e acumulou experiências internacionais na seleção da Guiné Equatorial e em times da Coreia do Sul e do Catar.
Se a diretoria e a comissão técnica exibem suas histórias nas divisões de elite de nível estadual e nacional, dentro do campo não fica atrás. O portifólio foi fundamental para a escolha do goleiro Diogo Silva, de 38 anos, que em 2024 atuou no Paysandu. Após ser revelado pelo Nova Iguaçu (RJ), o goleiro teve passagens por Vasco da Gama e Ceará e virou ídolo do CRB.
Encarregado de transmitir experiência ao ex-titular Pedro Rocha, o novo titular pontepretano nunca negou que atuar pela Macaca é uma experiência diferente. "Eu sou muito grato a Deus, feliz, por ter essa oportunidade de vestir a camisa da Ponte e vivenciar esse momento. Vim com muita alegria, sabendo da responsabilidade que eu tinha. A camisa é pesada", disse o goleiro após a vitória no Dérbi 209, realizado no dia 9 de fevereiro. O preparador de goleiros, Lauro Freitas, também esteve no topo quando foi jogador. Ele contabiliza trabalhos no Cruzeiro, Internacional e Atlético Mineiro.
Se Diogo Silva tem história para mostrar, o lateral esquerdo Danilo Barcelos e o armador Elvis são trunfos importantes na Série C. Com formação de base no América Mineiro, Danilo Barcelos construiu história ostentando camisas como as do Fluminense, Vasco, Botafogo, Atlético Mineiro e Ceará. No ano passado, Barcelos estava no Novorizontino, que quase obteve o acesso à divisão de elite. O Tigre ficou na quinta colocação com 64 pontos e perdeu no número de vitórias para o Ceará, o último promovido: 19 a 18. Elvis, por sua vez, carrega consigo o acesso com o Botafogo em 2015 e no Goiás em 2021. É com essa estrutura que a Ponte Preta tentará chegar a Série B, tendo uma folha salarial de R$ 1,4 milhão, a maior da divisão.
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