Após a prisão de 5 policiais suspeitos de matar jovem, apuração se volta para outros suspeitos
A participação de mais dois policiais militares na chacina que deixou 12 mortos na região do Ouro Verde, há quase um mês, está sendo investigada pelo Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa de Campinas (SHPP). Após a prisão de cinco PMs no dia 29 de janeiro, suspeitos de participação na morte do adolescente Joab Gama das Neves, de 17 anos, que teria sido a primeira vítima da série de execuções, o foco principal se voltou para outros policiais militares. Até agora, 68 pessoas já foram ouvidas, entre elas, 18 PMs. Três deles depuseram duas vezes. Eles são do 47º Batalhão, o mesmo dos policiais presos. De acordo com fontes da Polícia Civil, dois desses PMs estão entre os suspeitos, mas não há mandados de prisão contra eles, uma vez que os investigadores aguardam laudos de balística feitos nos projéteis deflagrados encontrados nos locais dos crimes. Armas dos PMs presos e de outros 31 policiais do Batalhão de Ações Especiais da Polícia (Baep), que foram recolhidas logo no início das investigações, também estão sendo periciadas. Avanços O promotor do Ministério Público que acompanha o caso, Ricardo Silvares, afirmou que a investigação tem avançado. “Está sendo uma investigação muito criteriosa, que tem o cuidado com a divulgação de informações. Tivemos grandes avanços, como no caso Joab. Agora, precisamos juntar provas que permitam relacionar os crimes”, declarou. A morte do policial militar Daniel Pinto de Souza, de 45 anos, executado com 14 tiros no último sábado, no Jardim Shangai, mesma região da chacina, também está sendo investigada pelo SHPP. Segundo Silvares, o crime pode ter sido uma retaliação às 12 mortes, uma vez que PMs são os principais suspeitos de terem cometido os assassinatos. O delegado José Carneiro Rolim Neto, titular da Seccional de Campinas, informou, por meio da Secretaria de Segurança Pública (SSP), que aguarda a manifestação da Justiça sobre o pedido de prorrogação do inquérito policial por mais 30 dias e disse que não seriam fornecidos mais detalhes para não atrapalhar a investigação. A Polícia Militar disse que está investigando os homicídios em Campinas através de sua Corregedoria, mas não se manifestará sobre as apurações para não prejudicar os trabalhos.