Polícia investiga grávida que queria doar o bebê para amiga

A Polícia de Sorocaba investiga uma operadora de caixa, de 19 anos, que teria se passado pela amiga de 18 até dar a luz, no último dia 30, para poder repassar o bebê a ela.

Os nomes não foram revelados para não atrapalhar as investigações e o boletim de ocorrência foi registrado como falsidade ideológica, mas há a possibilidade de o enquadramento ser no crime de tráfico de pessoas.

De acordo com os depoimentos, a operadora de caixa fez o pré-natal e o parto sempre se apresentando com o nome da amiga de 18 anos. Ela usava inclusive a documentação e fotos da amiga para ninguém desconfiar da farsa.

Não foi revelado como a polícia descobriu a troca ou em que circunstâncias, mas ela se deu quando a amiga apareceu na Santa Casa após o parto. A intenção da mãe era repassar o bebê para a amiga na saída do hospital.

A operadora de caixa contou que não cobrou nada pela liberação da criança e afirmou que tomou a decisão de doar porque não tinha como cuidar e porque a amiga havia perdido um bebê no início da sua gestação.

O acordo entre elas teria sido firmado quando a operadora de caixa estava nos primeiros meses de gravidez. O uso dos documentos da amiga seria para que a criança já fosse registrada em nome dela e não houvesse adoção.

Apesar da coerência do depoimento da operadora de caixa, ainda que haja um crime, o que chamou a atenção da polícia para o possível tráfico de pessoas é que a amiga não confirmou a mesma história em seu depoimento.

A amiga declarou que não tinha intenção de ficar com o bebê da operadora de caixa. Ela confirmou que perdeu um bebê no início da gestação e que não teria tido coragem de contar para a família, passando a esconder o fato.