Além de infratores já identificados em meio aos protestos, GM divulga imagens de outros suspeitos
Vinte e oito pessoas foram identificadas pela polícia como responsáveis por roubo, saque e depredação de patrimônio público durante os últimos protestos que ocorreram em Campinas, e irão responder a inquéritos pelos crimes.
Como não houve flagrante, os jovens, todos do sexo masculino, e identificados em investigações nos protestos ou com uso de imagens, responderão às investigações em liberdade.
Além dos já investigados, a Prefeitura também divulgou imagens de pelo menos sete outros suspeitos de atos de vandalismo nas três primeiras manifestações da cidade, reconhecidos em vídeos feitos por guardas municipais infiltrados. O objetivo é identificar, encontrar e qualificar os infratores, que também vão responder a processo.
As informações foram divulgadas na manhã de ontem, após reunião entre o prefeito Jonas Donizette (PSB), o secretário municipal de Segurança Luiz Roberto Baggio, o comandante da Polícia Militar em Campinas, Carlos de Carvalho Junior, e o delegado Seccional do município, José Carneiro Campos Rolim Neto, para definir um plano de combate ao vandalismo e punição de infratores em meio à onda de protestos.
Entre as ações preventivas, estão o reforço no efetivo de policiais militares e guardas nas ruas, incremento de pessoal nas delegacias para atender as ocorrências e a utilização de novas armas não letais (leia texto nesta página). O esforço será para que PM e GM consigam fazer o flagrante dos delinquentes — uma minoria entre os manifestantes — e prendê-los imediatamente.
O plano já foi colocado em prática ontem, durante as manifestações realizadas em frente ao Palácio dos Jequitibás, sede do governo municipal, e na Câmara. Segundo Jonas, a agilidade em identificar e punir os vândalos é um pedido de trabalhadores que foram prejudicados por depredações e saques no Centro.
“São comerciantes de pequeno porte, que não têm seguro e nem como recuperar suas atividades depois de terem suas lojas destruídas e roubadas”, disse. Os manifestantes pacíficos não conseguem conter sozinhos os infratores, ainda que sejam maioria, de acordo com Jonas. “Há confrontos inclusive entre eles, e a parte mais violenta acaba prevalecendo”, disse o prefeito.
Questionado sobre uma atitude “passiva” da PM ante aos episódios de depredação que ocorreram no primeiro protesto, no dia 20, Jonas afirmou que a orientação do governador Geraldo Alckmin (PSDB) era para que os policias não respondessem “na mesma proporção de violência”. “Foi uma atitude preventiva para evitar que pior ocorresse”, afirmou.
Os protestos de ontem também tiveram agentes policiais infiltrados, inclusive fazendo vídeos dos atos de depredação, como uma estratégia para identificar os vândalos.
Investigação
O delegado Seccional afirmou que a Polícia Civil montou equipes especiais de investigadores apenas para identificar os responsáveis por depredações. Segundo ele, além de tentar reconhecer os infratores das imagens, os agentes vão rastrear os delinquentes de todos os boletins de ocorrência que têm relação a crimes praticados nos protestos. “Estamos divulgando para a imprensa para que a população ajude na identificação”, disse.
Rolim afirmou ainda que a maior parte dos atos de vandalismo contra estabelecimentos comerciais aconteceu depois dos protestos, durante a dispersão dos ativistas. “Eles são todos jovens e não estão ligados a nenhum tipo de facção criminosa. Alguns dos que conseguimos identificar têm passagem na polícia apenas por uso de entorpecentes”, disse Rolim Neto.