Menor de 15 anos estava escondido na casa do tio, em uma chácara
Segundo a PM, o menor passou a arma para o irmão atirar na mulher (Antonio Trivelin/Gazeta de Piracicaba)
Um dos autores da tentativa de roubo que resultou na morte da assistente social Maria Antonia Sanches Baesteiro Baldessin, 47, assassinada com dois tiros na tarde de terça-feira (26), na frente de sua casa, no bairro Castelinho, em Piracicaba, já está atrás das grades. Trata-se de um adolescente de 15 anos, pego por policiais militares da 1ª Companhia e denunciado no 190.O menor, que estava no sítio de um tio, no bairro Nova Suiça, em Piracicaba, aparece na imagem registrada pela câmera de uma casa - vizinha à da vítima - entregando a arma de fogo para seu irmão, que é maior de idade e deu os tiros em Maria Antonia. De acordo com o capitão Anderson César Navarrete, comandante da 1ª Companhia, a denúncia de que o garoto estaria escondido na chácara chegou pouco antes da hora do almoço. Três soldados começaram a fazer varreduras nas chácaras e foram em, pelo menos, 10 propriedades. Por volta das 16h30 chegaram à chácara do tio do adolescente que, segundo os PM's, a casa fica numa área com bastante mato. O menor estava do lado de fora. "Para resistir à detenção, ele pegou seu sobrinho e colocou como escudo. Depois de 10 minutos de muita conversa, resolveu entregar-se", contou o oficial. Franzino, com apenas 1,45 metro de altura, o menino não se intimidou diante da Polícia Militar, segundo o capitão. O menor teria confessado aos policiais que participou do crime e falado que ficou com raiva pelo fato de a assistente social passar com o carro em cima da bicicleta. A Gazeta apurou também que um dos envolvidos já foi detido, recentemente, com uma bicicleta roubada. Como havia passado o período de flagrância, ele foi colocado em liberdade e a bicicleta devolvida ao dono. Buscas O capitão Navarrete disse que os soldados Wilson, Brandt e Severiano e o sargento Izaías ficaram a tarde inteira atrás do menor. "O mérito é deles, que acreditaram na denúncia que chegou ao 190 e já foram patrulhar perto das chácaras não parando até que encontrassem o menino", disse. A polícia tenta agora localizar o autor dos disparos e do outro menor envolvido no crime. Ontem havia informação de que um deles teria deixado a cidade. Destino O delegado Emerson Gardenal fez a recolha do adolescente à carceragem do plantão policial e nesta sexta-feira ele deverá ser ouvido pelo delegado da Delegacia de Investigações Gerais (DIG). Como há mandado judicial, ele deverá ficar à disposição da Vara da Infância e Juventude. Este menor, segundo o capitão Navarrete, já foi abordado várias vezes pela Polícia Militar. Na Polícia Civil tem passagens por roubo e furto. "Infelizmente, vemos hoje cada vez mais menores envolvidos nos crimes e, com a sensação de impunidade, eles passam a ser mais violentos", declarou o oficial. Tios são fichados Quanto aos tios, que deram abrigo ao adolescente na chácara, o delegado elaborou TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência), para crimes de menor potencial ofensivo, intitulado como Favorecimento Pessoal. Em seguida, eles foram liberados e poderão ser chamados para prestar depoimentos a qualquer momento. Denúncias O capitão Navarrete destacou a importância das denúncias referentes a criminosos, via 190, mesmo que as pessoas não se identifiquem. "No Castelinho, onde ocorreu o crime, estamos trabalhando o projeto de Vizinhança Solidária, pelo qual um ajuda a cuidar do outro. Lamentamos pela morte da mulher, mas o bairro está protegido"."Contamos sempre com as denúncias da sociedade, que cada vez mais demonstra que tem total confiança na Polícia Militar", completou.