Plataforma emperra e cadeirante passa por constrangimento

O defeito nas plataformas próprias para embarque de deficientes, no ônibus do transporte coletivo de Piracicaba, não permitiu que o cadeirante Roberto de Sousa, 30, embarcasse na tarde de sexta-feira, 19, no ônibus da linha 0421, único que passa pelo bairro Mário Dedini. O problema aconteceu no ponto da Rua Aldo Pagoto Santiago, na frente da creche do bairro.Às 15h55 o coletivo parou no ponto, algumas pessoas embarcaram e o motorista foi abaixar a plataforma para o cadeirante embarcar. Ela desceu, ele posicionou a cadeira, o motorista mexeu no controle e a plataforma subiu. Porém, não pôde ser movimentada para dentro do piso do ônibus. Quarenta minutos depois chegou outro ônibus, aparentando ser mais novo. O primeiro foi fabricado em 2008. Os passageiros que estavam na calçada embarcaram e o motorista foi descer a plataforma para Sousa entrar com a cadeira de rodas. Para surpresa dele, o controle da plataforma não funcionou.O jeito foi erguer a cadeira, porque muita gente estava atrasada para ir trabalhar e buscar os filhos em creches dos bairros adjacentes. Sousa, que ia até o Vila Sônia, disse lamentar o acontecimento. “Não sou o único cadeirante deste bairro. Creio que o transporte deveria ser melhor”, declarou.A professora Maria Isabel Gimenez, 56, disse que recentemente reclamou das condições físicas do único ônibus que faz esta linha. “A resposta que deram foi que sempre é feita a manutenção, mas não é a primeira vez que isso acontece”, reclamou. Dois mecânicos foram ao local tentar arrumar a plataforma do primeiro coletivo, mas o levaram para a garagem.FISCALIZAÇÃOO Centro de Comunicação Social da prefeitura informou que será aberta investigação para apurar as responsabilidades e cobrar da empresa a manutenção desses ônibus. A EMPRESAA assessoria de imprensa da Via Ágil, empresa responsável pelo transporte coletivo em Piracicaba, informou, por telefone, que a empresa trabalha para o bem-estar dos passageiros e que falhas podem acontecer, porque existem 239 ônibus na cidade, que totalizam cinco mil voltas por dia.De acordo com a assessoria, a falha não é da empresa, e sim mecânica. “Tanto que foi enviado outro ônibus no lugar daquele. A Via Ágil procura servir da melhor forma, para que as pessoas sejam bem atendidas”, disse o assessor pelo telefone. Sobre o fato de o veículo ter sido fabricado em 2008, a assessoria informou que está dentro do prazo legal para rodar, pois a vida útil de cada ônibus é de 14 anos. Já o Centro de Comunicação Social destacou que os ônibus mais coletivos substituem os novos quando eles estão na manutenção.