Na Unicamp, a reunião teve como objetivo estreitar os laços e projetar ações para aumentar o intercâmbio entre a universidade paulista e universidades italianas
Renata Bueno visitou o Correio acompanhada do cônsul Álvaro Cotomacci e do deputado estadual Davi Zaia ( Janaína Ribeiro/ Especial para a ANN )
Projetos culturais, artísticos e sociais colocam Campinas cada vez mais perto da Itália. Em visita à cidade, na última sexta-feira (27), a primeira deputada nascida no Brasil presente no Parlamento Italiano, Renata Bueno, apresentou as iniciativas em andamento que prometem promover um intercâmbio entre a Cidade das Andorinhas e o país europeu. Uma das propostas é tornar Campinas cidade-irmã de Lecco, onde viveu o maestro campineiro Carlos Gomes, na Itália. Em parceria com o consulado, busca-se a reintrodução do ensino da língua italiana como matéria opcional nas escolas municipais de Campinas. Em Campinas, Renata visitou a Unicamp, onde se reuniu com o reitor José Tadeu Jorge. No período da tarde ela esteve com o vice-prefeito de Campinas e visitou a redação do Correio Popular, acompanhada pelo cônsul honorário da Itália em Campinas, Álvaro Cotomacci, e pelo deputado estadual Davi Zaia. Na Unicamp, a reunião teve como objetivo estreitar os laços e projetar ações para aumentar o intercâmbio entre a Unicamp e universidades italianas. “Hoje, eles (Unicamp) têm uma relação forte com a França porque há muitos acordos com universidades francesas de duplo diploma. Vamos tentar trabalhar essas questões técnicas com universidades italianas para melhorar essa aproximação”, afirmou. Uma sugestão do reitor, segundo a deputada, é criar um escritório — uma espécie de Casa Italiana — dentro da Unicamp, para que os alunos tenham mais referência e para que sejam trabalhados permanentemente os interesses das universidades italianas com a campineira. Há 13 anos a parlamentar tem atuação na Universidade de Roma e disse que pretende ajudar nessa ponte. “Na Itália já existe um consórcio de universidades que trabalham com o Brasil e vou trabalhar para ver se a gente consegue ativar essa conexão”, afirmou. Na reunião também foram abordados alguns interesses específicos de institutos da Unicamp, segundo Renata. Um deles prevê a criação de uma escola de restauro. Essa escola teria um convênio com Firenze, parceria motivada pelo pioneirismo italiano relacionado à arquitetura de restauro. Outra proposta que promete aproximar Campinas da Itália envolve a relação de vida do maestro campineiro Carlos Gomes com o País Europeu. A ideia é transformar Campinas e Lecco — cidade a 50 quilômetros de Milão —, onde viveu Carlos Gomes, em cidades-irmãs. A cidade, segundo Renata, mantém um arquivo importante da história do maestro. A iniciativa já está sendo tratada pelo cônsul com o Executivo e o Legislativo campineiro. A primeira-dama, Sandra Ciocci, estaria a frente da iniciativa, representando o Executivo. Cotomacci ressalta que é necessário fechar um Projeto de Lei para respaldar juridicamente o acordo.“Mas tenho certeza de que em questão de pouco tempo isso irá sair. É de interesse de toda a comunidade cultural e musical de Campinas, e é em prol da humanidade esse entrelaçamento entre povos. Renata pode colaborar muito com isso e já está colaborando”, afirmou o cônsul. Cotomacci também falou do interesse da Itália em promover e fomentar o ensino da língua italiana nas escolas municipais de Campinas como matéria opcional. O projeto já foi levado à Prefeitura e o consulado aguarda agora uma resposta. Segundo o cônsul é um desejo do embaixador e os professores municipais seriam treinados gratuitamente, sem custo para Prefeitura. Brasileira ocupa cadeira desde 2013Renata Bueno tem 35 anos é natural de Brasília e radicada em Curitiba. Ela foi a primeira brasileira nata a ocupar uma cadeira no Parlamento da Itália. Foi eleita em 2013, com 20 mil votos nominais dos italianos que vivem na América do Sul, sendo a maior parte deles de italianos que vivem no Brasil.O Legislativo italiano dedica espaço à integração internacional, reservando seis vagas no Senado e 12 na Câmara para italianos que moram no Exterior. A América do Sul elege dois representantes em cada Casa. Juntamente com Renata, foram eleitos outros dois brasileiros, um para a Câmara, outro para o Senado.A deputada ressaltou a relevância da região de Campinas para a comunidade italiana, já que concentra cerca de 30 mil cidadãos italianos, entre descendentes e aqueles com dupla cidadania. A concentração de italianos que vieram da Itália corresponde a 9%.