As diferenças e semelhanças entre os sexos realizam uma função instigante e contraditória, ora aproximando, ora afastando os pares.O livro “Os Homens são de Marte, As Mulheres são de Vênus” foi um dos divisores de água desse contexto, quando os gêneros sexuais tiveram espaços e tempos expandidos e mais debatidos na sociedade. O autor, John Gray, ficou mundialmente conhecido em 1992, quando a obra foi lançada. Foram vendidos mais de 15 milhões de exemplares no mundo inteiro e versões foram traduzidas para 40 idiomas.Nesta segunda década do Terceiro Milênio, agora em 2013, já são vinte e um anos passados. Essa maioridade implica que homens e mulheres podem ser entendidos em outras equivalências e distinções.No séc. 18, o médico F. A. Mesmer tentou aplicar um método terapêutico não convencional com base no magnetismo astral. Dizia explicar as “revoluções periódicas que nos chamam a atenção no sexo”, e também as que são geralmente observadas nas doenças. Combatido, tentou em várias capitais da Europa que suas técnicas fossem admitidas, mas só depois de morto recebeu reconhecimento. Foi lembrado como o “pai da hipnose clássica” (o da moderna é Milton H. Erickson).Em suas abordagens tradicionais, a Astrologia faz uma conexão do Sol e da Lua respectivamente com os aspectos masculinos e femininos da natureza humana. Mas quando se trata diretamente de sexualidade, avaliando conduta individual, procura também analisar a dupla de planetas Vênus e Marte, associada à emotividade, sedução, afetividade, sensualidade, desejo e virilidade.A astróloga Ely C. Varella lembra que, para os padrões sexuais em muitos mapas astrológicos, são vistas inclusive as interferências de Urano e Plutão (este já perdeu o status de planeta)... Ela informa ainda que qualquer Carta Astral deve trazer referências de nosso padrão sexual, e aponta uma contradição interessante: “Um grande número de aspectos chamados negativos em um mapa podem gerar tensões sexuais, enquanto que muitos aspectos chamados positivos podem trazer desinteresse sexual”.Quando, em 2007, uma equipe de astrônomos europeus descobriu o primeiro planeta “habitável” fora do sistema solar, logo se especulou sobre a chance de conhecermos um extraterrestre de fascínio irresistível. Esse “exoplaneta”, assim chamado por ser exterior ao nosso sol, tem cinco vezes a massa da Terra, e cumpre suas órbitas em torno da estrela Gliese. Por isso, o novo astro foi chamado de Gliese 581C. Por conta da inicial ‘G’ e o modismo homossexual, não foi difícil associá-lo à ideia de que finalmente surgiu o “planeta gay”.Depois, outra “superterra” foi descoberta: entre mais 50 exoplanetas, surge o HD 85512b, também com chances de ser habitado.Para completar as curiosidades astronômicas, segundo estudo publicado na revista Science, especialistas americanos anunciaram descobrir o primeiro planeta em órbita de dois sóis, muito similar àquele onde vivia Luke Skywalker, protagonista da série "Guerra nas Estrelas".Por força das coincidências ou inspirada pelas linhas das fantasias e ficções, a realidade científica pode estudá-las e confirmá-las na perspectiva prática e evidenciada. Para muitos povos primitivos, os planetas que hoje são sondados in loco já foram divindades.Por enquanto, podemos abusar da imaginação, desde que limitados à verificação estabelecida e assumida: há rigorosamente dois gêneros sexuais e um único planeta para abrigá-los.Aproveitemos criticamente as revisões sobre o passado e as novidades que surgem especulando com o futuro para sempre repensar nosso comportamento amoroso e erótico.Precisamos reconhecer que temos amado pouco e mal, banalizado o sexo, restringido o prazer e competido de forma predatória.A Terra é o nosso local de conviver. Idealmente, ela é masculina e feminina, sem predominância de sexo. O desafio é que mulheres e homens não se distanciem astronomicamente, seja entre Marte e Vênus, ou exoplanetas, e conservem suas virtudes fundamentais, aproximem-se pelas diferenças sedutoras, eróticas e afetivas, empenhados na paz não acomodada, na competição construtiva e no aprimoramento do amor.Quero lembrar ao leitor do nosso Grupo de Estudos do Amor (GEA). Acompanhe pelo site www.blove.med.br as nossas iniciativas e programações.