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Piracicaba terá reajuste de 15% na cobrança de água

Após aumento dos alimentos e dos combustíveis, a Ares-PCJ determina aumento na tarifa de água e esgoto, em Piracicaba, a partir de agosto

Juliana Franco
30/06/2015 às 18:38.
Atualizado em 28/04/2022 às 16:07
Aumento na conta de água em Piracicaba (  Cedoc/RAC)

Aumento na conta de água em Piracicaba ( Cedoc/RAC)

Após o reajuste da tarifa de energia elétrica, dos combustíveis, da cesta básica e dos remédios, os moradores de Piracicaba precisam preparar o bolso para mais uma elevação de preços. Isto porque, em menos de três meses, o valor da água e esgoto terá o segundo aumento. Desta vez, o valor fica 15% mais salgado aos consumidores que se encaixam na primeira faixa de consumo – de até 10 metros cúbicos por mês.O reajuste chamado de extraordinário foi determinado pela Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Ares-PCJ) e publicado ontem, no Diário Oficial. A medida tem o intuito de readequar o regime tarifário praticado pelo Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto) e entra em vigor a partir do dia 1º de agosto.De acordo com o presidente da autarquia, Vlamir Schiavuzzo, um estudo foi solicitado pelo Semae à Ares-PCJ, que é responsável pela análise, parecer técnico e proposição de reajustes de tarifa desde agosto de 2012. “Este reajuste nunca ocorreu na história da cidade. Temos o reajuste anual, que ocorre nos meses de março. Em 2015, ele foi de 9,72%. Agora, esta adequação do valor é necessária devido à crise hídrica, considerada a mais severa dos últimos 90 anos. Ela resultou no aumento do valor utilizado no tratamento de água”, explica Schiavuzzo. “Além disso, houve uma redução significativa no consumo da população, situação que reflete diretamente na receita da autarquia. Mas o reflexo maior foi o preço da energia elétrica”, acrescenta.Ainda segundo o presidente, apesar do abastecimento de Piracicaba não ser afetado pela crise hídrica, já que mais de 90% dele é feito pelo rio Corumbataí, a baixa vazão do manancial exige maior uso de produtos químicos, pois há mais esgoto. “E estes produtos são comprados em dólar, que também disparou. Não tivemos outra alternativa, então, solicitamos o estudo para a agência reguladora”.O novo valor passa a valer nas leituras realizadas a partir do dia 1º de agosto e a receita do Semae vai sentir a mudança em setembro. Hoje, quem consome até 10 metros cúbicos por mês paga R$ 23,48. Com o reajuste, passa a pagar R$ 27. Entre os consumidores de 11 a 15 metros cúbicos por mês, o novo valor é de R$ 31,64. Já na faixa de consumo entre 16 e 20 metros cúbicos, o novo preço é de R$ 33,60.De acordo com Schiavuzzo, 84% dos usuários de Piracicaba se encaixam nestas três primeiras faixas. “Em média, cada pessoa consome 200 litros de água por dia na região. Apesar do reajuste, menor que R$ 0,10 por dia entre os consumidores da primeira faixa, Piracicaba ainda é o município que apresenta menor tarifa. Em Rio Claro, por exemplo, paraquem faz uso de até 10 metros cúbicos de água, o valor é de R$ 31,08. Em Limeira, R$ 30,60, Jundiaí tem tarifa de R$ 33,38 e em Campinas, a população paga R$ 50,23”, diz o presidente.RODÍZIOEm 2015, Piracicaba não deve sofrer com a escassez de água. Hoje, o rio Corumbataí tem vazão de nove metros cúbicos por segundo. No mesmo período do ano passado, era de quatro metros cúbicos. “Acredito que vamos ter um ano tranquilo, sem racionamento e sem rodízio”, revela Schiavuzzo.

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