EMPREGO

Piracicaba quer oferecer nova vida a morador de rua

Secretaria de Desenvolvimento Social faz estudo para andarilhos voltarem ao convívio com familiares

Adriana Ferezim
27/08/2013 às 22:07.
Atualizado em 25/04/2022 às 04:04
Moradores de rua procuram se proteger do frio em Piracicaba (Antonio Trivelin/AAN)

Moradores de rua procuram se proteger do frio em Piracicaba (Antonio Trivelin/AAN)

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semdes) iniciou um estudo para ampliar o acesso dos moradores de rua aos serviços de recuperação da autoestima, desenvolvimento de habilidades e de qualificação para o emprego, para que eles consigam voltar ao convívio com a família e com a sociedade. A secretária de Desenvolvimento Social, Eliete Nunes Secamilli estima que a população de rua da cidade seja de aproximadamente 120 pessoas.O projeto está sendo analisado pela secretária a pedido do prefeito Gabriel Ferrato. O objetivo é oferecer na área central as mesmas oficinas já desenvolvidas pelo Centro Pop, no Jardim Califórnia. "Temos percebido que alguns moradores de rua se interessam em participar das atividades que buscam desenvolver suas habilidades, por meio de cursos, como artesanato, pintura, cultivo de hortaliças, entre outros, mas consideram o local longe, de difícil acesso, porque depois têm de voltar para a área central, onde fica a maioria deles. Em conversa com o prefeito, estamos buscando alternativas e uma possibilidade é a de criar um espaço para as oficinas na área central", explicou Eliete.Segundo ela, o Centro Pop identifica pessoas em situação de rua. A abordagem é feita diariamente, das 8h às 21h30, somente nos primeiros sete meses do ano, foram feitas 783 abordagens. "Tentamos motivar todos a saírem das ruas, fazê-los ingressar nos serviços oferecidos, mas não são todos que aceitam. Os que concordam com o atendimento, passam a residir na Casa de Passagem (antiga Casa do Morador de Rua), onde tomam banho, recebem alimentação, participam de palestras, começam a frequentar cursos e muitos conseguem abandonar a dependência química do álcool ou das drogas, que são os principais motivos que os levam a romper o convívio com a família e a viverem nas ruas", afirmou a secretária.De acordo com o psicólogo, Carlos Borges, da Semdes, a equipe também tem dedicado o trabalho para a reinserção familiar. "Tentamos restabelecer o vínculo com os familiares para que eles assumam o seu papel de cuidadores, durante o processo de recuperação. A principal ação que promove a recuperação é o resgate da autoestima dessas pessoas. Nas abordagens encontramos aqueles que aceitam e querem deixar as ruas, como também os que preferem a vida como está e não concordam com o atendimento".Nas ruas, a população reclama da quantidade de moradores nas ruas da cidade, da sujeira que deixam nas praças e dos xingamentos que ouve deles. O comandante da Guarda Civil, capitão Silas Romualdo, afirmou que as pessoas devem denunciar. Leia nesta página. ProfissãoOutra proposta que a Semdes está avaliando é a oferta do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao ensino Técnico e Emprego) para a população de rua. "Essa modalidade de curso, em São Paulo, já está sendo oferecida para os moradores de rua. Buscamos atender e promover a recuperação dessas pessoas e também é preciso reestruturar o serviço para capacitá-las para que consigam um emprego e o Pronatec pode contribuir para a inserção no mercado de trabalho", disse Eliete.

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