CRISE HÍDRICA

Piracicaba é líder em desperdício de água

Além de Piracicaba, Instituto Trata Brasil levantamento analisou a situação de outros três municípios da região - Jundiaí (35,13%), Limeira (14,46%) e Campinas (19,18%)

Juliana Franco
31/03/2015 às 12:02.
Atualizado em 23/04/2022 às 18:41
Uma das reclamações chegou da rua do Ceasa, do Jardim Algodoal: até sexta-feira, vazamento fazia um mês ( Del Rodrigues/ AAN)

Uma das reclamações chegou da rua do Ceasa, do Jardim Algodoal: até sexta-feira, vazamento fazia um mês ( Del Rodrigues/ AAN)

Apesar de discutida entre autoridades, formadores de opinião e sociedade nos últimos meses, a crise hídrica ainda assombra o Estado de São Paulo e também Piracicaba. Segundo levantamento divulgado na última semana pelo Instituto Trata Brasil, a cidade é a que apresenta maior índice de desperdício de água na região de Campinas. O estudo, intitulado Perdas de Água: Desafios ao Avanço do Saneamento Básico e à Escassez Hídrica, avaliou o cenário dos 100 maiores municípios do país entre os anos de 2009 e 2013. Há dois anos, Piracicaba apresentou índice de desperdício de 48,09%. O percentual está acima dos 19% de Campinas, dos 35% de São Paulo e também da média nacional, que é de 37%. Na cidade, o número é maior quando comparado ao ano anterior, que foi de 47,97%. Já em 2009, o índice de perdas na distribuição era de 45,6%. Além de Piracicaba, o levantamento analisou a situação de outros três municípios da região – Jundiaí (35,13%), Limeira (14,46%) e Campinas (19,18%).Atualmente, a cidade tem 350 pontos de vazamentos de água, segundo balanço do Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto). Na cidade, em 2013, o atendimento de água chegava a 99,97% da população (385.287 pessoas). Na ocasião, o índice de perdas totais de faturamento era de 46,8%.De acordo com o Trata Brasil, as perdas sempre foram um dos pontos frágeis dos sistemas de saneamento e das empresas que operam esses serviços, independentemente de serem públicas ou privadas. Os dados de perdas no país mostram a fragilidade da gestão de grande parte do setor, ao mesmo tempo em que traz desafios às três esferas governamentais.Foi com base nesse cenário de baixo avanço na solução para as perdas de água que o Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, lançou o estudo e que tem como fundamento os dados mais recentes do Ministério das Cidades, especificamente no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS – ano de referência 2013). Em grandes números, os dados mostram que as perdas na distribuição estão em 37% e que as perdas financeiras totais estão em 39%.SEMAE   Por meio de nota, o Semae informou que “dando continuidade ao plano de combate às perdas d'água na cidade, o presidente do Semae, Vlamir Schiavuzzo, anunciou em coletiva de imprensa, no dia 10, os novos investimentos. Está em processo de aquisição de veículos e equipamentos para ampliar o número de equipes que atuam nas regionais de Santa Teresinha, Paulicéia e Centro. O investimento previsto é de R$ 1,4 milhão para a aquisição de três caminhões, nove cortadores a disco, nove motobombas e três compactadores. Está em andamento o processo licitatório de obras para atender a região do bairro Boa Esperança, que atualmente apresenta o maior índice de vazamentos de rede da cidade. Com investimentos em torno de R$ 800 mil, será realizada uma ampla varredura da rede, reparo de vazamentos e instalação de válvulas e sensores de pressão controlados por telemetria.O Plano de Combate às Perdas é muito mais amplo e se estima a necessidade de um investimento em torno de R$ 24 milhões. Com todo ele executado, as perdas cairiam dos atuais 45% para 25% ou menos. Como o Semae não dispõe dos recursos imediatos para o total de investimentos previstos – caso contrário, teria que aumentar muito a tarifa de água e esgoto –, uma das alternativas foi buscar recursos de outras fontes, R$ 12 milhões no total. Para isso, elaborou dois projetos no valor de R$ 6 milhões cada e os apresentou ao Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro), com o compromisso de arcar com 23% do valor em termos de contrapartida. Os projetos devem abranger as regiões de Santa Teresinha e Paulicéia.”

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