SAÚDE

Pílula do dia seguinte sobra, e RP descarta medicamento

Nesta semana, governo determinou que medicação pode ser distribuída sem receita na rede pública

Gazeta de Ribeirão
19/04/2013 às 18:48.
Atualizado em 25/04/2022 às 19:38

Enquanto o Ministério da Saúde busca formas para facilitar o acesso à pílula do dia seguinte, usada por mulheres para inibir a gravidez após a relação sexual, na rede pública de Ribeirão Preto o medicamento é descartado em grandes quantidades, ano a ano.

Não se trata de descaso com o bem público: a cidade tem uma baixa demanda pelo medicamento, que acaba vencendo e precisa ser desprezado. “A validade é de cerca de dois anos. Descartamos porque sobra, a procura é muito baixa”, disse Suzi Volpato Fábio, coordenadora do Programa de Saúde da Mulher.

Nesta semana, o Governo Federal orientou profissionais de saúde de todo País a distribuírem a pílula do dia seguinte nas unidades públicas sem necessidade de receita médica. Em Ribeirão Preto o remédio é repassado pelo Ministério da Saúde, de acordo com a demanda do município.

Em todo ano de 2011, no entanto, foram entregues apenas 13 cartelas do medicamento na rede pública de Ribeirão. Naquele ano, 646 cartelas foram descartadas. Em 2010, foram 901 cartelas rejeitadas (e 53 entregues).

O Programa de Saúde da Mulher não tem números mais atualizados da distribuição, mas segundo Suzi, a realidade hoje continua a mesma. Ela, no entanto, vê os números com bons olhos. “Significa que investimos mais para prevenir que para remediar”, disse.

A distribuição de outros métodos contraceptivos anteriores à gestação, como as pílulas anticoncepcionais e o DIU (Dispositivo Intra-Uterino) confirmam a constatação. Em 2011, a rede pública de Ribeirão distribuiu 45.715 cartelas da pílula anticoncepcional, por exemplo.

Segundo a coordenadora da Saúde da Mulher de Ribeirão, priorizar a prevenção não significa que as mulheres que pedem a pílula do dia seguinte não sejam atendidas. “Todas que pedem recebem. Mas a gente faz investigação, porque se ela está tomando a pílula do dia seguinte, é porque não tomou o anticoncepcional ou não usou camisinha, e é isso que a gente tenta ensinar”, afirmou.

A posição de Ribeirão segue o entendimento do Ministério da Saúde, que orienta os profissionais a conversarem com a paciente antes de fornecerem o medicamento. Caberá ao responsável pelo atendimento fornecê-lo ou não.

A pílula do dia seguinte é indicada para mulheres que não queiram ter filhos e que tenham tido alguma relação sexual sem usar nenhum método contraceptivo. Ela pode ser obtida em postos de saúde, hospitais e maternidades públicos e em serviços que atendem mulheres em situação de violência.

Para a venda em farmácias da rede particular, a receita médica continua sendo necessária.

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