Marcas do vandalismo estão espalhadas por toda a região central, inclusive em prédios históricos
Nem as paredes da Catedral de Campinas escaparam do vandalismo (Edu Fortes/AAN)
Edifícios, igrejas, prédios públicos, escolas e comércios localizados no Centro de Campinas estão tomados pela pichação. É difícil encontrar uma rua que não tenha sido alvo das gangues de pichadores da cidade. Nem mesmo os prédios históricos e a Catedral Metropolitana escaparam do vandalismo.
O taxista Antônio Pereira trabalha no ponto da Rua José Paulino, atrás da Catedral, há dez anos e diz que o lugar nunca esteve tão degradado. “A situação está horrível. Além dessas pichações, a sujeira aqui é muita. O Centro está abandonado”, afirmou. “É até um pecado pichar a Catedral. Muita falta de respeito mesmo”, disse a aposentada Célia Viana.
Quem passa pela Rua José Paulino vê logo que é difícil encontrar um espaço livre das marcas feitas com spray. Os rastros do vandalismo estão até mesmo nos andares mais altos. “Aqui, a gente pinta a fachada em um dia e pouco tempo depois ela já está pichada de novo”, lamentou a comerciante Ivone Souza.
Assim como ela, a maioria dos comerciantes instalados no Centro enfrenta esse problema. Os portões das lojas das ruas General Osório e Benjamin Constant evidenciam que não há ações efetivas de combate à poluição visual nas paredes na cidade. “É preciso ter mais policiamento para evitar esse tipo de coisa”, opinou o taxista Pereira.
Nem a lei municipal proibindo a venda de spray a menores de 18 anos contribuiu para evitar a ação dos pichadores. O Palácio dos Azulejos, que já foi a sede oficial da Prefeitura de Campinas, hoje está com a fachada pichada. “É uma pena ver um prédio tão lindo tomado pela sujeira. É preciso parar esses vândalos”, afirmou a secretária Elize Souza.
Combate
Enquanto ações de educação não surtem efeito, cabe às forças policiais a tarefa de conter os pichadores. A capitã Glauce Anselmo Cavalli, da Seção de Comunicação Social da Polícia Militar (PM) de Campinas, informou que não há estatísticas sobre a ação dos pichadores e que não são desenvolvidas ações especiais. Em nota, informou que a PM realiza o “policiamento ostensivo preventivo com vistas a todos os tipos de ilícitos, sem ação específica a esse tipo de situação”.
A Guarda Municipal (GM) informou que faz patrulhamento de rotina nos prédios e espaços públicos para coibir as pichações e desenvolve um trabalho educativo nas escolas. O prefeito Jonas Donizette (PSB) afirmou, por meio de assessoria, que reprova completamente esse tipo de comportamento e vai solicitar à GM que reforce essa questão com os estudantes. Além disso, informou que vai discutir com o Poder Judiciário quais outras medidas podem ser tomadas para coibir essa prática.