Avião dispensou a droga em abril, mas só nesta sexta parte dela foi localizada na cana
A Polícia Federal de Piracicaba apreendeu nesta sexta-feira (12) 117kg de cocaína, num canavial de Ipeúna, na região de Piracicaba, durante a colheita da cana. Foi uma operação conjunta com a Polícia Militar Rodoviária, e PMs do 10º Batalhão. A suspeita é que se trate do tráfico internacional de drogas — o avião pode ter vindo do Paraguai ou da Bolívia. O valor da encomenda seria de R$ 1,2 milhão só com o que foi apreendido ontem.
Segundo o chefe da Delegacia de Polícia Federal de Piracicaba, Florisvaldo Emílio das Neves, a carga apreendida é apenas uma parte da droga que foi lançada de um avião, em abril deste ano, no canavial. "Desde aquela ocasião fizemos várias buscas pelo local, mas a cana é muito fechada. Chegamos, em parceria com a usina, a conseguir que um guindaste fosse até aquela área, contamos com sobrevôo do helicóptero Águia, mas a área era muito grande", explicou o delegado Federal.
Na ocasião em que a droga foi lançada na área, segundo Neves, a suspeita é que o avião tenha errado o alvo e jogado os pacotes na área plantada. No espaço em que não havia cana foram encontrados três pontos de impactos que indicam que o restante da droga foi jogado ali e alguém foi resgatar.
Era, segundo ele, uma área de 1,2 mil metros de comprimento por mil de largura. Ao redor, tudo era tomado pela plantação. "Fizemos muita busca a pé, porque era impossível entrar com a viatura, vasculhamos o entorno sem nada encontrar e cheguei a levar uma equipe grande de policiais federais, porém sem sucesso", destacou.
A usina, de acordo com a autoridade federal, avisou todas as vezes que houve colheita de cana com máquinas. Teve até colheita de mão. Florisvaldo Neves pediu apoio da PM, vários policiais se deslocaram para o local, mas nada encontraram. Nesta sexta, quando a máquina colhedeira entrou na cana, encontrou os pacotes com cocaína — alguns até rasgados.
O entorpecente estava acondicionado em três fardos. Junto às embalagens havia fitas refletivas e bastões plásticos fluorescentes.
Destino
A droga foi apreendida e encaminhada para o depósito da Polícia Federal em São Paulo. As investigações, iniciadas em abril de 2013, continuam, a fim de identificar os responsáveis pelo tráfico, cuja pena é de cinco a quinze anos de reclusão, podendo chegar a vinte e cinco anos de prisão.
A Polícia Militar apoiou com duas viaturas de Canil e viaturas de Charqueada, pertencente à 3ª Companhia, todos comandados pelo tenente Buso. O tenente Tarcisio Pierobom, comandante da Polícia Rodoviária, também levou parte de sua tropa para o local.