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Pesquisa mostra que mulheres estão empreendendo mais

Pesquisa aponta que, em 2012, a cada 100 empreendedores iniciais, 49 eram mulheres

Juliana Franco
25/03/2013 às 08:55.
Atualizado em 25/04/2022 às 23:16
Kessie Bianco deixou a profissão de produtora de TV para se tornar professora de pole dance em escola própria (Divulgação)

Kessie Bianco deixou a profissão de produtora de TV para se tornar professora de pole dance em escola própria (Divulgação)

Elas estão cada vez mais presentes no mundo dos negócios e, segundo o gerente do escritório regional do Sebrae-SP em Piracicaba, Antonio Carlos de Aguiar Ribeiro, têm talento para gerenciar suas empresas. Uma pesquisa do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), aponta que, em 2012, de cada 100 empreendedores iniciais no Brasil, 49 são mulheres.

Ainda segundo estudo recente realizado pela entidade, a partir de dados do Censo Demográfico 2010, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), existem 1.434.316 mulheres em ocupações empreendedoras do Estado de São Paulo. Na comparação entre 2000 e 2010, a participação delas no total de empreendedores cresceu de 28% para 35%.

No período, o número de mulheres lideres e donas do próprio negócio registrou crescimento de 44% - passou de 993.269 para 1.434.316, mais de 441.047 mulheres que permanecem atuando no mercado. A professora de pole dance, Kessie Bianco, 27 anos, é um exemplo. Após oito anos atuando em sua área de formação, rádio e TV, decidiu se aventurar em um empreendimento próprio: uma escola de pole dance.

Em agosto de 2012, ela abriu a primeira filial da instituição, que leva o seu nome, em Piracicaba. A matriz surgiu em Americana, dois anos antes. “Eu treinava pole dance em casa e muitas vezes chamava amigas e primas para treinar comigo. Fiz um curso profissionalizante para ter mais segurança durante as atividades caseiras”, revela Kessie. “Durante os treinos, uma amiga chamava a outra, o que me forçou a instalar mais barras para a dança. Quando percebi, já tinha formando uma turma dentro da minha casa. Ao constatar que a profissão de professora estava tendo bons resultados, fui me especializar ainda mais, pois mexo com o corpo das pessoas e a responsabilidade é muito grande. Depois de quase uma década, resolvi arriscar e começar do zero. Foi então que abri a primeira escola”, acrescenta.

EXPANSÃO

Hoje, Kessie estuda a possibilidade da constituição de novas filiais em cidades do Brasil e também no exterior: a dúvida está entre Portugal e Espanha. “Minha área é um pouco difícil, pois muitas alunas acabam desistindo em pouco tempo de aula. Mas, o número de matriculadas tem crescido diariamente. Acredito que o sucesso é resultado da qualificação constante que busco e também ao profissionalismo da minha equipe, que conta com oito profissionais”, conta a professora.

Até os 32 anos, ela pretende ser doutora na área. Atualmente, além de cursar o segundo ano de educação física, faz mestrado em saúde e esporte em uma universidade espanhola.

A ideia de abrir uma filial em Piracicaba surgiu com o alto número de alunas da cidade que a procuravam em Americana. “Era muito procurada por alunas de Piracicaba, talvez pela especialização que tenho na área de pole dance feita fora do Brasil. Como o número era significativo, resolvi arriscar e abrir a escola na cidade. Assim, elas teriam mais facilidade para participar das aulas e poderiam treinar mais vezes por semana”, conta Kessie. “Além destas alunas, acabei atingindo um público ainda maior”, acrescenta.

Para ela, a visão de negócios e a coragem das mulheres são responsáveis pelo sucesso do “sexo frágil” à frente dos empreendimentos. “A mulher confia mais na sua capacidade. Mesmo com grandes possibilidades de dar errado, ela não deixa de tentar. Costumo dizer que o não eu já tenho, por isso, busco sempre o sim”.

ROUPAS

De secretária executiva a proprietária de uma loja de roupas e acessórios. Este foi o caminho percorrido por Camila Novello, 29 anos, que há dez meses está à frente da loja que leva o seu nome.

Apaixonada por moda, sempre teve vontade de atuar na área, mas não era algo planejado. A ideia surgiu durante a compra de uma jaqueta. “O preço pago pelo produto, direto na loja, era baixo. Então, passei a me questionar qual o valor direito do fornecedor. Consegui o contato dele, voltei ao estabelecimento e comprei mais duas iguais para mostrar às amigas. Em 15 dias, vendi 40 jaquetas. Foi então que fiz o contato e comprei as peças para entregar”, revela.

Camila conta que na época as caveiras estavam em alta, então também investiu em alguns acessórios. “Comecei com uma sacola e hoje tenho uma loja. Percebi que o modo como eu trabalho dá certo, então larguei o emprego de secretária e resolvi me dedicar exclusivamente para as vendas”.

Atender em casa, com hora marcada, se dedicar a cliente por vez, trabalhar aos sábados à noite e também dar às consumidoras a opção do atendimento domiciliar são considerados os diferenciais do empreendimento de Camila. “Ao analisar o número de clientes e o crescimento do meu negócio, concluo que tenho que abrir uma loja, mas ainda faço a opção por ficar em casa porque este foi um dos meus diferenciais desde o início. Existem clientes que me procuram no sábado à noite, na correria, antes de alguma festa, e eu atendo. Além disso, tenho um sofá na parte em que montei a loja e muitas vêm até minha casa para ver as novidades e conversar. Tudo isto acaba sendo diferente”, assegura.

Para a proprietária da loja, o que separa um homem e uma mulher à frente dos negócios é o racional. “A mulher é mais perceptiva, detalhista, o homem totalmente racional”.

A tecnologia também faz parte da estratégia de negócios de Camila que faz uso das redes sociais para divulgar a marca. Divulgação feita com todo o cuidado, inclusive as fotos disponibilizadas são produzidas por uma fotógrafa profissional.

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