GUARANI

Pedro tenta reescrever sua história no futebol

Após desistir da carreira, atacante, que passou pelas categorias de base do Palmeiras, volta atrás e, enfim, ganha a chance com a camisa do Bugre

Carlos Rodrigues
01/08/2016 às 22:31.
Atualizado em 22/04/2022 às 23:31
Pedro já disputou 4 jogos saindo do banco e caiu na simpatia da torcida (Gabriela Del Rio/Guarani FC)

Pedro já disputou 4 jogos saindo do banco e caiu na simpatia da torcida (Gabriela Del Rio/Guarani FC)

Imagine você, nas categorias de base do Palmeiras, com 17 anos e sonhando com um lugar entre os profissionais. A vida muda e o deslumbre natural surge. Por falta de maturidade, a oportunidade de realizar o sonho cai por terra. O desânimo é natural e a vontade de desistir, também. Você retorna para a casa dos pais, arruma um emprego e começa uma faculdade. Para por dois anos e, ali, a carreira parece encerrada. Até que você volta atrás em busca de uma segunda chance. É exatamente assim a história de Pedro, atacante que, no Guarani, tenta escrever novas — e positivas — páginas no futebol. Natural de Campo Grande (MS), Pedro conseguiu um lugar na base do Palmeiras em 2012. Tudo ia bem, mas... “Era muito novo, você começa a se iludir com o que o mundo da bola te proporciona e aí tive problemas extracampo”, conta. “Não queria mais jogar. Voltei para casa, fui trabalhar e estudar e fiquei dois anos longe do futebol. Tive tempo para parar e pensar”, completa o atacante, que cursou um ano de Educação Física. Parou e pensou em tudo o que deixou para trás. Naquela época, entre tantos garotos da base palestrina, estava um tal de Gabriel Jesus, hoje esperança da Seleção Brasileira e cobiçado por gigantes europeus. “Conheci o Gabriel, mas ele estava uma categoria abaixo da minha. Naquela época, ele podia estar me olhando, mas agora eu que me espelho nele”, revela Pedro, que, apesar de tudo, não se arrepende do que aconteceu. “Eu poderia estar lá onde muitos dos que jogaram comigo estão, mas não me arrependo. Errei e tive um aprendizado de vida.” Após passagem pelo Palmeiras e o 'período sabático', Pedro tentou a retomada. Passou pela base do Nacional da capital e jogou um tempo no Matro Grosso, até que surgiu o convite do Guarani. Só que em Campinas, a vida também não começou fácil. Chegou ao clube em fevereiro, passou por um longo período de testes e, mesmo após assinar contrato, não foi aproveitado. O momento o fez repensar novamente. “Passou pela cabeça desistir. Estava encostado, mas meu empresário teve um papel importante. Ele me acompanhou e, sempre que eu dava uma balançada, ele segurava dizendo que a chance apareceria”, relembra. Demorou, mas finalmente a chance apareceu. Com o técnico Marcelo Chamusca, Pedro passou a ser relacionado e já disputou quatro partidas, todas saindo do banco. Simpatia da torcida ele já tem. Agora, quer provar seu valor. “Passa um filme na cabeça do tempo que estava parado. Penso na minha família no Mato Grosso do Sul assistindo aos jogos. Agora, posso dizer que voltei de verdade e, daqui para frente, escrevendo uma página a cada dia.”

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