CANTAREIRA

PCJ pede a remoção do lodo de reservatórios

Medida pode colaborar para o aumento da reservação de água; Consórcio PCJ propõe utilizar o lodo retirado para o enriquecimento dos solos do entorno das represas do Cantareira

Da Agência Anhanguera
20/04/2015 às 09:30.
Atualizado em 23/04/2022 às 16:12
Represa de Jaguari que compõe o sistema que abastece a Grande SP ( Cedoc/ RAC)

Represa de Jaguari que compõe o sistema que abastece a Grande SP ( Cedoc/ RAC)

O Consórcio das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ) indicou à Agência Nacional de Águas (ANA) estudar a possibilidade de desassoreamento e alteamento dos reservatórios do Sistema Cantareira. A medida pode colaborar para o aumento da capacidade de reservação de água, e desta forma, incrementar a vazões regularizadas para as Bacias PCJ, no Interior do Estado, e do Alto Tietê, onde está localizada a Grande São Paulo. O Consórcio PCJ encaminhou, na última sexta-feira, ofício ao diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu, indicando a necessidade de se aproveitar a estiagem para desassorear os reservatórios secos do Cantareira. No documento, a entidade reforça a importância da medida neste momento de estiagem. “Os reservatórios do Jaguari/Jacareí e Cachoeira são de domínio da União, permitindo a intervenção e ação direta da ANA, com certeza, negociada, com os órgãos gestores estaduais (paulista e mineiro). Seria importante que fosse realizado o desassoreamento dos reservatórios ainda no atual período de estiagem, iniciado em abril de 2015, sendo que os resíduos retirados, caso sejam inertes, poderiam ser lançados no talude dos reservatórios trabalhados, iniciando o processo de alteamento dos mesmos”, descreve o ofício. Estudo realizado pelo especialista em recursos hídricos e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Antônio Carlos Zuffo, apontou que o Sistema Cantareira não regulariza os 36m³/s previstos pela portaria 1213/2004 do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), mas, somente 34,4m³/s. O levantamento de Zuffo, realizado com dados de 2013, ampliou a preocupação da entidade com a capacidade dos reservatórios em atender as demandas do Interior e da Capital. Para o especialista, não é possível a regularização de 40m³/s proposto pela minuta de portaria para a renovação da outorga do Cantareira, liberado pela ANA em 2013. Se o alteamento não for considerado viável, o Consórcio PCJ propõe utilizar o lodo retirado no processo de desassoreamento para o enriquecimento dos solos do entorno das represas do Cantareira, uma vez que a região ficou empobrecida com a retirada das camadas superficiais do solo no processo de construção das barragens, dificultando o desenvolvimento de matas ciliares.

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