O julgamento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), nesta quinta-feira (5), do recurso de cassação dos mandatos da prefeita Dárcy Vera (PSD) e do vice-prefeito Marinho Sampaio (PMDB) trouxe um pouco de paz política à cidade. A decisão de anular a sentença pode parecer um avanço para os dois, mas não é tanto. A aparente paz tem a condição da insegurança. Porque não está definido que os dois foram inocentes. Que foram absolvidos. Se assim fosse, os demais juízes teriam seguido o voto da relatora e encerrado de vez a disputa judicial. Mas o que pelo menos quatro juízes demonstraram foi insatisfação com o relatório apresentado. O próprio presidente do Tribunal, Alceu Navarro Penteado, considerou que o processo está muito complicado. Como não houve condenação, mas sem a absolvição, a indefinição segue. Pior, agora por mais tempo, já que o processo vai recomeçar. Com a chance de as duas partes produzirem novas provas. São provas que podem ajudar ou atrapalhar. O que se tem de certo é que prefeita e vice não estão mais cassados, já que a sentença de primeira instância foi anulada. Tudo, no entanto, recomeça. E demandará tempo ainda maior. Talvez nem termine durante o mandato ora em vigência, com a dupla administrando a cidade pelos quatro anos previstos. Sempre, porém, com a mácula de um processo em andamento. Ou seja, a instabilidade política é menor, sem deixar de existir. Mas não se pode querer tudo. A situação é o que se tem para o momento.DE OLHODe parte a parte, os interessados no julgamento do recurso eleitoral acompanharam de perto o desenrolar dos fatos. O secretário municipal da Administração e superintendente interino do Daerp, Marco Antônio dos Santos, deixou vagos seus dois importantes cargos na cidade para passar à tarde na sala de sessões do TRE. Do outro lado, o presidente municipal do DEM, Marcus Vinícius de Carvalho, e o advogado Dmitri Abreu, filho do ex-vereador Gilberto Abreu (PV), que foi candidato a vice-prefeito na chapa de Duarte Nogueira (PSDB) também estavam presentes.PREVISÃO DE DEMORANo “intervalo” durante a suspensão da sessão por meia hora, defensores e torcedores de ambas as partes aproveitaram para previsões e conversas com colegas e com jornalistas. Um advogado acertou em cheio quando disse que a decisão provável foi a que ocorreu, de devolução do processo para primeira instância. Foi também ele que previu que o caminho agora será mais longo, com novos julgamentos e recursos. Pode acertar de novo.APRESSADINHAQuando a discussão no julgamento tomou rumo diferente do previsto, com a sugestão de um dos juízes de vistas por uma hora, a relatora Clarissa Campos Bernardo, disse ao presidente que já havia avisado que teria que sair mais cedo da sessão para um compromisso. Até perguntou se precisaria estar presente no final da votação. Não houve respostas, apenas olhares. Ela então disse que ficaria até o final e que desmarcaria o compromisso. Melhor. Senão os presentes poderiam pensar que a sessão não é assim uma coisa tão séria como aparenta e deve ser.NOVO ADIAMENTO?Com entrega prevista para o final de agosto, o Centro Médico Social Comunitário (CMSC) da Vila Lobato segue em obras. A primeira previsão de término era janeiro de 2012. Isso mesmo, 20 meses atrás. No dia 24 de julho, sob chuva, estudantes da USP e usuários do local fizeram um protesto em frente ao Centro, em reformas. Um dia antes, no dia 23, a Prefeitura anunciou, de forma oficial, em seu site, que a entrega seria no final de agosto. No dia 21 de agosto, reafirmou o anúncio. Mas a obra continua e ainda não se sabe para quando será o desfecho.ATENDIMENTO MÉDICOA unidade em questão é gerida pelo Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP e mantém no local médicos e alunos do curso de Medicina, com atendimento em Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia. Os pacientes atendidos no local estão há quase três anos (a reforma começou em janeiro de 2011) frequentando a Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS) da Rua Cuiabá, mas em condições precárias em função da falta de espaço disponível. Mas sem a finalização, resta aguardar.