ESTÚDIOS

Paulínia quer lucrar com polo de cinema

Paulínia tenta reformular editais de uso do Polo Cinematográfico e assim conseguir manter a estrutura milionária que colocou o município na rota das grandes produções

Gustavo Abdel
26/04/2015 às 22:19.
Atualizado em 23/04/2022 às 15:37
A ideia é fixar percentuais de uso dos estúdios e aplicá-los aos resultados de bilheteria dos filmes rodados em Paulínia ( Leandro Ferreira/ AAN)

A ideia é fixar percentuais de uso dos estúdios e aplicá-los aos resultados de bilheteria dos filmes rodados em Paulínia ( Leandro Ferreira/ AAN)

Em meio à turbulenta gestão administrativa, com sucessivas mudanças de prefeitos desde 2013, Paulínia tenta reformular editais de uso do Polo Cinematográfico e assim conseguir manter a estrutura milionária que colocou o município na rota das grandes produções. A ideia é fixar percentuais de uso dos estúdios e aplicá-los aos resultados de bilheteria dos filmes rodados em Paulínia. Já o futuro do Festival de Cinema ainda está indefinido. Até o final desta semana o prefeito José Pavan Júnior (PSB) deve divulgar se este ano haverá festival. Conforme divulgou a Prefeitura, Secretaria de Cultura e produtores estudam alterações nos editais de uso do Polo Cinematográfico, que segue em uso normal, via locação para produtores de cinema e emissoras de televisão. A Administração considera que essa reformulação seja importante para dar autossustentabilidade ao andamento do polo. Os percentuais deverão variar conforme a utilização. “Estima-se que, em seis filmes conhecidos, houve uma bilheteria de R$ 400 milhões. Se aplicado o percentual de 20%, que retornariam para o orçamento da Prefeitura, teríamos R$ 80 milhões, aplicados inteiramente no Fundo Municipal de Cultura de Paulínia”, informou a Administração, via assessoria de imprensa. Apesar de ainda não haver prazo para que a proposta seja enviada para análise dos vereadores, o governo garantiu que quer defini-la rapidamente. Somente no ano passado o polo consumiu cerca de R$ 40 milhões, e ficou praticamente sem uso o ano inteiro, com apenas três gravações de programas televisivos. As despesas são de operação e manutenção dos Estúdios Paulínia, parceria público privada (PPP). “Recursos municipais são usados no pagamento da construção dos quatro grandes e modernos estúdios e dois menores, para produção de programas de televisão e edição de imagens etc”, frisou. Atualmente, o polo está em uso para a seleção de figurantes e atores de novas produções. A partir de maio, emissora de televisão Rede Record começa a gravar uma novela em Paulínia, Escrava Mãe. A contrapartida virá de locação e o uso de infraestrutura local, a exemplo de contratação de figurantes, alimentação, uso de combustíveis, hotéis etc. As gravações durarão nove meses. [INTERTITULO]Festival[/INTERTITULO]Em fevereiro, a Prefeitura de Paulínia divulgou decreto que suspende a realização de uma nova edição do Festival de Cinema, assim como um edital com o valor de R$ 8 milhões. O motivo alegado é a crise financeira que atinge a cidade e contratos irregulares. A mostra internacional aconteceria em junho. Na época, o prefeito Pavan chamou a suspensão de “Operação Paulínia Urgente”. Foi também Pavan quem suspendeu o festival em 2012, com a proposta de usar a verba do festival para apoiar trabalhos sociais. Uma comissão de secretários avalia a situação financeira do município, e nesta semana deverá apresentar balanço geral da atual situação financeira da cidade. Segundo a Prefeitura, um suposto contrato de incentivo de produção de dez filmes, por um total de R$ 8 milhões, não existe. “Não houve pagamento”, divulgou. A posição da Prefeitura sobre o Festival de Cinema somente será conhecida no término do período de avaliação financeira.

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