Paulínia corta repasse de R$ 10 mi de entidade

O prefeito de Paulínia, Edson Moura Júnior (PMDB), cancelou o repasse de R$ 10,2 milhões por ano feito ao Centro de Ação Comunitária de Paulínia (Caco), que realiza programas assistenciais, e causou polêmica na cidade. Funcionários estiveram na tarde desta quarta-feira (31) em frente ao prédio do Ministério Público pedindo ajuda à Promotoria. Cerca de 140 pessoas trabalham na entidade e terão de ser demitidas com a decisão do peemedebista quanto ao cancelamento do subsídio. Além da demissão, eles temem não receber os direitos trabalhistas diante da falta de recurso. A Prefeitura é responsável por 90% da receita da instituição que terá de encerrar suas atividades. Tradicionalmente, os prefeitos de Paulínia, inclusive o pai do atual, Edson Moura, assumem a maior parte dos custos para manter a instituição. A informação da assessoria de imprensa da Prefeitura é que o prefeito estaria insatisfeito com os trabalhos realizados pela entidade, há 37 anos na cidade. A entrega de cestas básicas a famílias de baixa renda e o atendimento a cerca de 800 idosos, com oficinas e exercícios físicos, por exemplo, teriam sido extintos, segundo o Executivo. Algumas atividades deverão ser realizadas, a partir de agora, pela Secretaria de Promoção Social, comandada pela madrasta do prefeito, Regina Mattos e Moura, que também já foi presidente do Cacona gestão do seu marido. A assessoria de imprensa da instituição negou que as cestas não sejam mais entregues. Porém admitiu que o programa voltado aos idosos foi encerrado, no entanto, substituídos por outros. Segundo a entidade, em 2012, 7,5 mil pessoas foram atendidas em suas atividades realizadas. Entre elas, o de qualificação profissional em que são ministrados cursos, principalmente da área de estética - para formação de manicures e depiladoras, por exemplo. Outro projeto é Programa de Atendimento Sócio Nutricional a Criança e Família (Pasnut), em que crianças entre seis meses e 12 anos, que apresentam desnutrição, sobrepeso ou obesidade são acompanhadas por profissionais. Também há outros projetos voltados à inclusão digital e à pessoa com deficiência. A decisão causou um desgaste ao prefeito, principalmente por causa da possível demissão dos funcionários, muitos há anos trabalhando no local. Além disso, boa parte dos trabalhadores saiu em apoio ao prefeito e ao seu pai, Edson Moura, durante a campanha eleitoral. Apesar de a Administração alegar que não possui vínculos com a entidade, nas gestões passadas, a diretoria tradicionalmente era composta por pessoas ligadas aos prefeitos. A ex-diretora Fernanda Aranha deixou a função assim que Moura Júnior tomou posse. O atual prefeito substituiu a candidatura do pai na véspera do pleito, uma vez que ele responde a um processo por improbidade administrativa e correria o risco de cair na Lei da Ficha Limpa, não podendo assumir a função caso fosse eleito. O caso foi parar na Justiça e Moura Júnior tomou posse no último dia 16.