Prioridade do presidente Michel Temer, a polêmica PEC 241, que estabelece um teto para os gastos públicos pelos próximos 20 anos, foi aprovada com folga na Câmara.
Prioridade do presidente Michel Temer, a polêmica PEC 241, que estabelece um teto para os gastos públicos pelos próximos 20 anos, foi aprovada com folga na Câmara. Foram 366 votos a favor da proposta, que necessitava de 308 votos para passar em primeiro turno, 111 votos contrários e duas abstenções. Dos seis deputados da região de Campinas, a única contrária foi Ana Perugini (PT). A deputada chamou a proposta de “retrocesso de uma violação combinada da nossa Constituição”. Culpa do PT Os tucanos Carlos Sampaio e Vanderlei Macris justificaram o voto a favor do teto alegando o “rombo” deixado pelos governos Lula e Dilma. Macris chegou a dizer que “se o PT é contra, então a proposta é boa”. Já Sampaio afirmou que a “PEC é essencial para tirar o País do enorme caos financeiro”. Luiz Lauro Filho (PSB), Roberto Alves (PRB) e Paulo Freire (PR) também votaram com o governo, que ofereceu até banquete para convencer os parlamentares. a frase "O que hoje chamam de ajuste fiscal os livros de história registrarão como retrocesso, resultado de uma violação combinada da nossa Constituição" - Da deputada Ana Perugini (PT), única da região que votou contra a PEC 241. Não acabou Mesmo com a proposta aprovada em primeiro turno, a oposição não jogou a toalha e promete uma grande mobilização para tentar barrar a emenda, que ainda tem que passar por uma segunda votação na Câmara e outras duas no Senado. A esperança da oposição é que o Senado vote contra. Esforço inútil Apesar do esforço, é improvável que a oposição tenha força para superar a base governista no Senado. A ofensiva de Temer na Câmara deve se repetir no Senado. Nenhum parlamentar governista quer ficar mal com Temer e perder as benesses que a proximidade com o poder proporciona. Na bronca Vereadores de Campinas que não conseguiram a reeleição para mais quatro anos não escondem o descontentamento com o revés nas urnas. Jairson Canário (SD) chegou a colocar em dúvida a segurança das urnas eletrônicas e disse que não confia no resultado. Segundo ele, o modelo é tão falho que nem o Paraguai quis utilizar as urnas eletrônicas brasileiras. Falhas O vereador Cidão Santos (PROS), que também se despede da Câmara de Campinas no final do ano, foi outro que criticou o processo eleitoral. Segundo o parlamentar, algumas urnas eletrônicas apresentaram problemas na hora do eleitor confirmar o voto para vereador e não exibiram a foto do candidato. Por isso, o voto teria ido para a legenda. Sigiloso A CPI da Merenda, instaurada na Assembleia Legislativa, ouviu nesta terça-feira o lobista Marcel Ferreira Júlio, apontado como operador do esquema fraudulento. O depoimento foi sigiloso e feito à portas fechadas a pedido do depoente. Repasses Em delação premiada à Procuradoria-Geral de Justiça, o lobista disse que o presidente da Assembleia, Fernando Capez (PSDB), teria recebido R$ 450 mil para sua campanha à reeleição, em 2014. Capez, claro, nega ter recebido repasses da organização que fraudou os contratos da merenda. Desistiu O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), desistiu de colocar em votação o projeto que alteraria a lei de repatriação de recursos mantidos por brasileiros no exterior sem declaração à Receita Federal. Primeiro, ele chegou a dizer que a retirada da proposta foi por falta de acordo com a bancada do PT. Mais tarde, Maia reafirmou a falta de acordo com o PT, mas admitiu que parte da base aliada tinha resistência em relação ao texto que seria votado. A proposta não será mais colocada em votação e as regras em vigor não serão mais alteradas.