Passarela do Samba atrai 24 mil pessoas no 1º dia

Depois de um início modesto, com pouco mais de 3 mil pessoas prestigiando a abertura do Carnaval Novo Tempo, em Campinas, aos poucos uma multidão de foliões lotou as arquibancadas e tomou toda a estrutura montada na Avenida do Samba, na saída do Túnel Joá Penteado, na Vila Industrial. No final da primeira noite (segunda-feira, 11), foram contabilizadas mais de 24 mil pessoas. Mesmo assim, o público ficou um pouco abaixo do esperado pela Prefeitura – 30 mil.

Com recursos mais enxutos - R$ 1,2 milhão, a estrutura da festa montada pela Prefeitura também foi mais modesta. Porém, as quatro escolas do grupo especial não decepcionaram e fizeram bonito na Avenida do Samba. As agremiações receberam entre R$ 39 mil e R$ 56 mil da Prefeitura para auxílio nos custos do desfile.

A Unidos de Vila Rica, fundada em 2009, empolgou os foliões e homenageou Juninho Fortaleza, que morreu depois de compor o samba-enredo da escola “Danças e folclores do Brasil”, junto com Nenão do Pandeiro e Luizão Cabeça de Rolinha.

A passista carioca Camila Queiroz caiu na folia e levou, além de três amigos paulistanos, as duas filhas pequenas para desfilar na escola da Vila Rica. Marina da Silva Queiroz, de 7 anos, diz que adorou a atitude da mãe. “Eu adoro Carnaval”, disse a menina. Já Ana Laura, de 3 anos, desfilava e observava os gestos da mãe e da irmã.

Apesar de gostarem dos desfiles, os foliões sentiram falta dos trios elétricos na festa. A agente de fiscalização Andressa Prado de Moraes, de 30 anos, a mãe dela, a aposentada Neusa Prado, reclamaram. “Com trio elétrico seria bem melhor. Desse jeito o Carnaval fica meio desanimado”, disseram.

O mecânico Cláudio Hatamoto concorda com as duas. “Já foi muito melhor. Eu venho todo ano e senti falta dos trios elétricos”.

Homenageando o circo, com o samba-enredo “O circo chegou... No picadeiro da alegria, Leões da Vila comemoram seu retorno à folia”, a Leões de Vila Rica, fundada em 1997, levou muita cor e alegria à avenida. A comissão de frente fez uma bonita coreografia com um domador, um leão e sete leoas.

Estrela D'Alva, uma das mais antigas, foi a terceira escola a passar pela avenida. O samba-enredo “Com a boca no mundo. Quem não se comunica se trumbica”, a agremiação da Vila Costa e Silva, homenageou os diversos meios e formas de comunicação. Nas alegorias, referências ao rádio, à TV, ao jornal impresso e aos Correios.

A escola da Vila 31 de Março, a Rensacença, foi a última a desfilar. Os 350 componentes da agremiação cantaram o samba “Carrossel das Ilusões”. A escola teve um problema com o transporte disponibilizado pela Prefeitura e perdeu algumas de suas baianas. “Não foi nada grave. O ônibus atrasou e as baianas mais velhas desistiram de esperar”, explicou o Secretário da Cultura, Ney Carrasco.

Para Carrasco, mesmo com esse incidente, a primeira noite do Carnaval Novo Tempo ocorreu dentro das expectativas previstas pela organização. “Foi tudo dentro do esperado. Dentro do tempo que tivemos, fizemos o melhor possível”.

Segundo o secretário, o Carnaval de 2014 começa hoje, Quarta-feira de Cinzas. “No ano que vem, Campinas terá a festa que merece”, ressaltou

Na saída, as garçonetes Leila Santos, de 35 anos, e Elen Cristina Santos, de 31, avaliaram a primeira noite como muito boa. “Valeu a pena! Foi a primeira vez que viemos e gostamos muito”, contaram.