MOCYR CASTRO

Passando o bastão

10/03/2013 às 05:00.
Atualizado em 26/04/2022 às 01:35

Houve jovens que jamais estudaram no “Culto à Ciência”, mas não saíam de lá. Tão presentes, se confundiam na paisagem. Alguns até chegaram a ser advertidos pelo nosso diretor, o Dr. Telêmaco, por participar de estripulias. Dois ou três eram assíduos frequentadores da biblioteca, porque as das escolas deles não tinham os livros tão bem cuidados por dona Otávia Maia. Pelo menos uma vez, o professor Stucchi interrompeu a aula de ginástica e perguntou o nome de um aluno. Ele fugiu pela porta do vestiário das meninas do ginásio de esportes – até hoje não sabe que foi descoberto porque calçava “Sete Vidas”, proibido, por provocar escorregões. Templo público, mas aberto só aos que sabiam a fundo a ‘bíblia’ do conhecimento – Português, Matemática, História e Geografia – para passar nos exames de admissão. Não vinham só da elite nem só da plebe, mas a escola se encarregava de colocá-los na elite do conhecimento – é essa que importa. Dia 13 de abril, essa escola de gente de toda raça, toda fé e toda cor celebra 140 anos de dedicação total à Nação. Nascida num momento em que a sapiência dos céus se concentrou no céu de Campinas e em 25 anos perpetuou na cidade, como oferenda, o Colégio Rio Branco, em 1863, o Culto à Ciência, dez anos depois, e o Instituto Agronômico, em 1887. Todos frutos das cabeças mais notáveis da época e de membros de uma família, da qual poucos falam, os Krug, presentes em todas essas iniciativas perenes. O que eles realizaram por Campinas jamais se perdeu no tempo. Mais favorecido, o Colégio Rio Branco, em mãos particulares, portanto imune à sanha de políticos. Agora, imagino o ex-aluno e ex-professor João Tojal, herdeiro do apito e do bastão do professor Stucchi, patrono do evento, tal como o dono do gueto, convocando a todos, ex-professores, alunos, ex-alunos, funcionários e ex-funcionários para o toque de reunir, como acontecia em cada sala a cada toque do sinal. Será a partir das 12h, no salão social da Sociedade Hípica de Campinas. Para saber mais, ligue (19) 3308.0031. De minha parte, aproveito a oportunidade para comunicar a todos que, assim como fez o Stucchi com o Tojal, quero passar o bastão de continuar como entusiasta daquela melhor escola do Brasil ao repórter Rogério Verzignasse, do “Correio Popular”, jornal porta-voz dos nossos anseios. Depois de tantas reportagens e de tanto carinho demonstrado pela vida do nosso colégio, assim como aqueles meninos que sonhavam viver nele sem a ele pertencer, o Rogério é um aluno emérito do nosso “Culto”. Com ele pretendo cumprir outra missão pelo nosso templo. Como eu disse numa festa de formatura, se John Lennon tivesse estudado ali, ele jamais diria que o sonho acabou. Nenhum aluno ou ex-aluno desse colégio passa um dia sequer sem se lembrar dele. Pregado no poste: “Naquele templo, aconteceram o bem que sempre dura e o sonho que nunca se acaba”

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