Há suposições que, mesmo não tendo possibilidades de virar realidade, guardam lá sua pertinência. Na vida em geral, mas, na política em particular, você tromba muito com esta situação. Aliás, com forte presença na vida brasileira atual quando é levantada a possibilidade de que, estando a doutora Dilma sem possibilidades de vencer a eleição presidencial do ano que vem, o atual primeiro-ministro Lula assuma seu lugar. Reflitamos a respeito. Para mim por dois motivos. Um que me leva à certeza de que ele não será candidato de jeito nenhum. E outro de como seria bom para o Brasil se o ex-metalúrgico, que desconhece a diferença entre um forno e um alicate, realmente voltasse a ocupar o Planalto.Não será mais candidato por que?, devem estar a perguntar os menos informados. Por razão muito simples, respondo eu: tudo o que Lula queria conseguir já conseguiu. Foi líder sindical prestigiado, chegou ao Congresso Nacional com votação expressiva, e, do mesmo jeito, alcançou o Palácio do Planalto. Afinal, o alvo a ser atingido pelo ex-presidente nunca foi cuidar do Brasil, e a melhor prova disso é a situação de franca esculhambação em que a pátria se encontra após os fartos anos do seu mandarinato. A meta de Lula sempre foi Lula, o que até me remete ao slogan usado pelo ex-prefeito dr. Hélio antes de ser cassado: “Primeiro os que mais precisam”. Era isso verdade? Claro que não, pois tanto ele quanto o filho de Garanhuns sempre se pautaram pelo: “Primeiro o que OS MEUS precisam”...Para quem nos duros tempos de retirante se alimentava à base de “jabá com farinha d’água”, efetivamente é preciso reconhecer que Lula viveu uma saga e tanto. Prestes, aliás, a ser mais uma vez mostrada em livro pelo escritor governista Fernando Moraes. Apesar de que, com certeza, ele não se prenderá ao melhor da história, que inegavelmente seria contar como um faminto fugitivo da seca nordestina alcançou a suprema governança do País e enriqueceu espetacularmente, dando-se ao requinte de usar o próprio avião da Presidência da República como bordel para suas aventuras extra conjugais. Com este tema Sidney Sheldon ou Arthur Halley certamente produziriam best-seller que venderia milhões de exemplares. Podendo, até, culminar como filme estrelado por Brad Pitt e Angelina Jolie. Já a brochura chapa-branca de Moraes terá o mesmo destino do filme “Lula, Filho do Brasil”. O lixo.Então, a esta altura do campeonato, é mais do que justo navegar no velho barco dos raciocínios lógicos. Que, pelo menos a mim e a muitas outras cabeças que não pensam pela cartilha petista, levam a concluir: por que, bilionário do jeito que está Lula iria se aventurar em nova temporada no Palácio do Planalto? Afinal, ele sabe muito bem que o país que herdaria, desta vez sim jogaria no seu colo a verdadeira Herança Maldita. Que, ao contrário da altamente bendita que recebeu de Fernando Henrique Cardoso, exibe agora uma Federação absolutamente em frangalhos. Na qual nenhuma das promessas, sejam elas as que impulsionaram a eleição de 2002 ou a de 2009, saíram das palavras jogadas nos competentes anúncios de TV que o PT colocou à avaliação da maioria dos eleitores que se deixam enganar pelas imagens bonitas e as palavras fáceis.Lula, caso ainda não tenha feito, logo fará 70 anos. Se, de um lado, já teve câncer de laringe curado no Sírio Libanês, em cuja porta sequer passaria em tempos d’antanho quando era usuário do SUS, de outro guarda agora, pelo menos até onde nossas vistas alcançam, resto de vitalidade que lhe permitirá usufruir a fabulosa fortuna que acumulou. Abrirá mão disso? Du-vi-de-o-dó!Para completar o raciocínio de número dois feito no início deste texto: de alguma forma, paradoxalmente, seria formidável se Lula realmente voltasse a ser candidato no ano que vem. Eu sugeriria, até, que a oposição nem lançasse concorrente, deixando-o como postulante único. Afinal, se, pegando em 2003 um país em franca recuperação, graças ao Plano Real, como pegou, Da Silva conseguiu deixá-lo do jeito que está me é lícito imaginar que agora, com um Brasil esculhambado, a queda final no abismo será inevitável. Aí, sim, com o povo nas ruas a exigir novos tempos, finalmente o petismo acabará varrido das nossas vidas, para o bem de todos e felicidade geral da nação.