Quatro pratas da casa serão titulares do Bugre na partida desta quarta-feira, às 20h30, em Aracaju
O mau momento no Campeonato Paulista e o risco de ser rebaixado no próximo final de semana preocupam, mas o Guarani quer "virar a chave" e pensar apenas em sua estreia na Copa do Brasil. Nesta quarta-feira (10/04), o Bugre encara o Confiança, às 20h30, no Estádio Lourival Baptista, em Aracaju, disposto a utilizar a competição nacional como uma forma de recuperar um pouco da autoestima. Caso derrote o adversário por, no mínimo, dois gols de diferença, o alviverde elimina o jogo de volta. O vencedor do confronto encara na segunda fase a equipe do Fortaleza ou do Luziânia (DF).
Um dos objetivos do técnico interino Paulo Pereira é administrar o lado emocional do time. Segundo ele, a equipe precisa resgatar o gosto pela vitória, já que há nove partidas, o Bugre não sabe o que é sair de campo com um resultado positivo. "Vamos tentar chegar o mais longe que a gente puder na Copa do Brasil. Precisamos voltar a ganhar e este jogo é mais uma oportunidade, porque precisamos ter o gosto da vitória de novo", explica.
O atacante Fernando Gaúcho, que volta a ganhar uma oportunidade de iniciar um jogo, acredita que um bom resultado elevará o moral do grupo para os dois compromissos restantes do Estadual. "Não adianta lamentar. Precisamos levantar a cabeça, buscar uma vitória e quem sabe 'matar' esse jogo de volta. Um bom resultado nos dá moral e melhora o clima no vestiário", afirma.
Para o duelo, Paulo Pereira fará várias modificações no Guarani e dará oportunidade para os "pratas da casa". Dos 18 jogadores que viajaram para o Nordeste, oito foram formados nas categorias de base do clube, sendo que quatro deles iniciarão a partida entre os titulares: o lateral-direito Marcinho, o zagueiro Anderson, o volante Wellyson e o meia Everton.
A expectativa é de um bom desempenho da garotada. "O Anderson estava conosco desde o princípio do ano e sempre pronto para uma oportunidade. O Wellyson jogou em Penápolis e o Everton é um menino que desde o ano passado já estava junto do profissional. A gente espera que eles consigam demonstrar a qualidade que mostraram nos treinamentos para podermos ter um parâmetro de como utilizá-los na Série C", projeta o treinador.
Quem espera aproveitar a nova chance é Wellyson. Após marcar um gol contra em sua primeira partida com a camisa bugrina, ele garante atuar sem pressão. "Aconteceu aquela fatalidade, mas estou preparado psicologicamente para não me deixar abalar e me recuperar nesse jogo."
CONFIANÇA SEM MEDO
Em sua 10ª participação na história da Copa do Brasil, o Confiança quer surpreender. Mesmo ciente da história do adversário e do peso da camisa do Guarani, o time sergipano não teme o Bugre e quer repetir as campanhas de 2002 e 2009, quando passou da primeira fase do torneio nacional. O otimismo parte de Luiz Roberto Dantas, presidente do Dragão. "A ideia é seguir adiante. A Copa do Brasil sempre mostra que não existe um favorito, não importa se um time tem maior ou menos estrutura. Eu diria que não existe favoritismo, ele se anula por causa da fase que vive o Guarani. Vamos jogar de igual para igual e conseguir um bom resultado dentro de casa", aponta o dirigente.
Apesar da folha salarial modesta - a média é de R$ 3,5 mil mensais - o Confiança se orgulha de sua estrutura. No Complexo Sabino Ribeiro, localizado no Bairro Industrial, em Aracaju, o clube possui seu próprio centro de treinamento, uma academia e a sede administrativa. O fato de não conviver com graves dificuldades financeiras também é comemorado. "Há três anos que não se atrasa salários no clube", afirma o presidente.
Para o jogo contra o Bugre, a equipe sergipana deverá ter uma novidade no banco de reservas. Após a derrota para o Itabaiana no último domingo (07/04) e a queda para a terceira colocação do torneio estadual, a diretoria demitiu o técnico Nadélio Rocha. Fahel Júnior foi anunciado nesta terça-feira (09/04) e pode dirigir o time nesta quarta. "Ele já trabalhou aqui no Estado, conhece bem nossos jogadores e o estilo sergipano de se trabalhar", conclui Dantas.