GUTO SILVEIRA

Palco de debates

29/06/2013 às 13:04.
Atualizado em 25/04/2022 às 10:38

O acampamento de vários movimentos em frente ao Palácio Rio Branco, sede da Prefeitura, não é mais apenas do Movimento Passe Livre (MPL). Ele se diversificou e outros movimentos passaram a fazer parte da ocupação que já dura quatro dias, desde a noite de terça-feira (25). Também a redução da tarifa deixou de ser o único objetivo da manifestação. Ainda é o principal, mas não só. Os manifestantes decidiram transformar o local em palco de discussões permanentes, que denominaram assembleia popular. Vários assuntos passaram a ser discutidos, como problemas da educação, saúde, cultura etc. Nesta sexta-feira (28), por exemplo, ocorreu discussão sobre o Teatro de Arena, pelo Movimento Pró-Arena, que reivindicou a reforma que a Prefeitura iniciou há mais de um ano, mas não consegue entregar. A primeira data de inauguração foi dia 19 de junho, aniversário da cidade, mas atrasos nas obras e laudos não permitiram a entrega até hoje. A sociedade também tem incentivado o movimento ao levar alimentos e livros. Uma pequena biblioteca já está formada no local. Há também uma barraca fornecendo lanches aos ocupantes, como a informar que a ocupação pode ser longa. Então, se a Administração tinha motivos de sobra para se incomodar com o protesto, tem agora mais alguns, já que os protestantes passaram a discutir assuntos que podem se transformar em reivindicações. Vão dar trabalho.

SEM LOCAL

Com a ocupação em frente à sede do governo, as reuniões de trabalho se tornaram mais difíceis. A prefeita Dárcy Vera (PSD) tem se reunido com auxiliares em outros locais. Os encontros com o Sindicato dos Servidores Municipais, na sexta-feira, para resolver um problema do IPM, ocorreram na Secretaria de Administração. E a movimentação de pessoas que não pertencem ao governo se reduziu muito no Palácio.

NA CETERP

Antes de ser privatizada nos governos de Antônio Palocci (PT) e Luiz Roberto Jábali (PSDB), foram muitos os prefeitos que utilizavam o prédio da Ceterp para reuniões estratégicas. Quando o assunto era mais sigiloso, ou o encontro mais importante, lá iam eles para o prédio da telefônica. Hoje nem este local a Prefeitura tem mais para estas ações.

CONTAS REJEITADAS

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) deu parecer pela rejeição das contas da Prefeitura de Sertãozinho no ano de 2011, quando o prefeito era Nério Costa (PPS), atual coordenador de Metas da Prefeitura de Ribeirão Preto. O voto do conselheiro Edgard Camargo Rodrigues aponta várias falhas cometidas pela Administração Municipal em várias áreas. Até repasse acima do permitido para a Câmara Municipal foi detectado.

DECISÃO POLÍTICA

Mas as contas do ex-prefeito ainda serão apreciadas pela Câmara Municipal, que pode acatar ou não o parecer do Tribunal de Contas. E mesmo que acate Nério Costa ainda pode recorrer ao próprio TCE e, na pior das hipóteses, até à justiça comum. Mas terá trabalho porque ainda existem processos apartados das contas do mesmo ano que podem resultar em novas condenações.

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