LEMBRANÇA

Paixão de garoto vira relíquia da Copa de 1958

O aposentado Romeu Rechinati, de 70 anos, ainda guarda álbum com figurinhas da 1ª conquista do Brasil

Fábio Gallacci
24/05/2014 às 20:22.
Atualizado em 24/04/2022 às 13:32

Uma paixão de garoto que, mais de cinco décadas depois, virou uma relíquia difícil de se encontrar por aí. O aposentado Romeu Antonio Rechinati, de 70 anos, organizou um álbum com vários detalhes da primeira conquista brasileira, a Copa do Mundo de 1958, na Suécia. Fotos dos jogadores brasileiros, escalações estrangeiras, recortes de jornais da época com a cobertura dos passos da Seleção e anotações do então menino sobre as suas expectativas em relação à equipe canarinho fazem parte de um material que foi mostrado para poucas pessoas.“Ficou guardadinho em um armário e, durante todo esse tempo, só vi o álbum duas vezes. Além de mim e dos meus dois filhos, você (o repórter) é o único que sabe disso”, confirma o torcedor veterano.Entre as imagens estão fotos de partidas, treinos e da conquista da taça Jules Rimet, quando o então capitão Bellini eternizou o gesto de levantar o troféu depois da goleada por 5 a 2 em cima dos donos da casa na decisão. Ao contrário dos álbuns atuais, nos quais apenas jogadores aparecem, a coleção de Rechinati é repleta de outras figuras que fizeram parte dos bastidores da campanha de 1958. Algumas delas são tão marcantes para o futebol quanto o escrete que jogou. Uma delas é de Paulo Machado de Carvalho, chefe da delegação brasileira nas Copas de 1958 e 1962 — ambas com a Seleção saindo campeã — e conhecido pelo título de “Marechal da Vitória”. Outro é Vicente Feola, técnico do grupo, o primeiro “professor” campeão.Dizem que Vicente Feola e Paulo Machado de Carvalho contrariaram a todos e insistiram em levar para o Mundial da Suécia um moleque franzino de apenas 17 anos que, anos depois, conquistaria três Copas e os títulos de Rei do Futebol e Atleta do Século: Pelé. Garrincha foi outro que também brilhou no Mundial da Suécia. “Até do dentista que atendeu os jogadores, eu tenho aqui também. Apelidaram a nossa Seleção de desdentados, né?”, conta o colecionar, lembrando um ponto de vista não tão brilhante do grupo que atuou na Europa.VIDAPara Rechinati, mais do que recortes, o álbum representa um capítulo de sua vida. “São lembranças muito grandes que guardo com carinho. Era uma coisa que juntei quando tinha 14 anos. E foi a primeira vez que o Brasil foi campeão do mundo”, diz o hoje senhor que organizou a pasta enquanto trabalhava no escritório da escola de corte e costura Madame Lucarelli.Para quem acha que essa paixão não tem preço, Rechinati comenta que não teria problema em se despedir de sua relíquia em algum momento. “Dependendo do preço, venderia sim”, diz.

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