EDUCAÇÃO

Pais influenciam mais o desempenho dos alunos do que escola

É o que mostra o Terceiro Estudo Regional Comparativo e Explicativo (Terce), lançado pelo Escritório Regional de Educação da Unesco

Agência Estado
30/07/2015 às 12:20.
Atualizado em 28/04/2022 às 17:50
O objetivo avaliar o nível de alfabetização dos alunos nas disciplinas Língua Portuguesa e Matemáticar

 (  Divulgação)

O objetivo avaliar o nível de alfabetização dos alunos nas disciplinas Língua Portuguesa e Matemáticar ( Divulgação)

O envolvimento dos pais e o nível socioeconômico das famílias têm maior influência no desempenho dos estudantes do Ensino Fundamental no Brasil do que a infraestrutura das escolas e o fato de os estabelecimentos estarem localizadas no campo ou na cidade.É o que mostra o Terceiro Estudo Regional Comparativo e Explicativo (Terce), lançado nesta quinta-feira (30) pelo Escritório Regional de Educação da Unesco para a América Latina e o Caribe. O estudo também considera a disponibilidade de material escolar e a pontualidade dos professores como fatores que melhoram o desempenho. Comparação“Não se observam diferenças de desempenho entre escolas urbanas públicas, urbanas privadas, nem rurais, depois de considerar todos os fatores de contexto social, de aula e escolares. O mesmo ocorre com a infraestrutura, que não mostra relações significativas com o desempenho”, diz o estudo.O Terce avalia o desempenho escolar no Ensino Fundamental – do 4º ao 7º ano Brasil; e da 3ª à 6ª série, nos demais países – em matemática, linguagem (leitura e escrita) e ciências naturais. Os primeiros resultados do Terce foram divulgados no ano passado. Nesta divulgação, o estudo incluiu os fatores associados à aprendizagem em cada país. Brasil De acordo com o estudo, no Brasil, o desempenho dos estudantes melhora quando os pais acompanham os resultados obtidos na escola, apoiam os filhos e chamam a atenção deles. O desempenho, no entanto, piora, quando os pais supervisionam e ajudam sempre nas tarefas escolares, tirando a autonomia dos filhos.Segundo o estudo, os estudantes que vivem em regiões desfavorecidas têm desempenho pior, independentemente das condições da própria casa. No entanto, se os pais têm altas expectativas e incentivam os filhos quanto ao que será capaz de alcançar no futuro, ele obtêm melhores resultados. Desde cedo O Terce mostra ainda que frequentar a pré-escola, desde os 4 anos, melhora o desempenho dos estudantes. Por outro lado, faltar à escola diminui o desempenho.Em relação às novas tecnologias, os estudantes do 7º ano que usam computadores na escola com frequência tendem a conseguir pontuações menores em matemática. Já os que utilizam o computador fora do contexto escolar tendem a ter melhores resultados em todas as provas.O Terce é um estudo de desempenho da aprendizagem em larga escala realizado em 15 países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai), além do estado de Nuevo León (México). Mais de 134 mil crianças do ensino fundamental participaram da avaliação.Baixo desempenhoO desempenho dos estudantes brasileiros no ensino fundamental é igual à média dos demais estudantes de países avaliados pelo Terce em escrita e em ciências naturais em todos os níveis e em leitura, no 4º ano, e em matemática, no 7º. O país supera a média em matemática, no 4º ano, e em leitura, no 7º ano.Apesar de toda a região ter apresentado melhoras em relação à avaliação anterior, o estudo mostra que são poucos os alunos que alcançam o máximo de desempenho. Ao todo, são quatro níveis. No Brasil, a maior porcentagem de alunos no nível mais alto é 16,6%, em leitura do 7º ano. Deficiência A maioria dos estudantes concentra-se nos níveis mais baixos, o que significa que não são capazes de interpretar e inferir o significado de palavras em textos escritos nem de resolver problemas matemáticos que exigem interpretar informações em tabelas e gráficos.O pior desempenho foi na prova de ciências naturais, aplicada pela primeira vez no país aos alunos do 7º ano. Apenas 4,6% estão no maior nível e 80,1%, nos níveis mais baixos. Eles não são capazes de aplicar os conhecimentos científicos para explicar fenômenos do mundo.Os países que estão acima da média regional em todos os testes e anos avaliados são Chile, Costa Rica e México.RedaçãoNa prova escrita, o Brasil está na média dos demais países. O teste avalia os estudantes quanto a três competências: domínio discursivo (adequação ao gênero e tipo textual), textuais (coerência, concordância oracional e coesão) e convenções de legibilidade (segmentação de palavras, ortografia e pontuação).O Brasil ficou acima da média do bloco apenas na última competência. Em domínio discursivo, o Brasil ficou abaixo da média. No 4º ano, os estudantes tiveram que escrever uma carta a um amigo e, no 7º, uma carta a uma autoridade escolar.Em ambos os anos, e em quase todos os domínios avaliados, com exceção do dircursivo no 4º ano, a maior parte dos estudantes está nos níveis mais altos de proficiência.

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