A história dos vira-latas Scooby e Preta terminou com um final feliz. Depois de passarem cerca de 15 dias abandonados num depósito de lixo após a morte do dono, em Caxias do Sul (RS), os cães foram adotados pelo padre Renato Antônio Ariotti, 51, da Igreja Santa Catarina, na mesma cidade. Os animais eram companheiros do catador de recicláveis Carlos Miguel dos Santos, 45, que morreu queimado em setembro.
Ariotti disse que se interessou pelos animais depois de ouvir no rádio um anúncio sobre a doação dos cães. “ Quando soube que os cachorros eram dele [Santos], meu coração pediu para que eu adotasse os bichinhos”. O padre foi o responsável pelo enterro do catador, que morreu no dia 23 de setembro. Segundo a polícia, ele teve o corpo incendiado por um grupo de quatro adolescentes. “Fiquei chocado com a morte trágica de um homem tão bom quanto ele", ressaltou o padre.
A voluntária Rosita Rech, que auxiliou no processo de adoção de Scooby e Preta, afirmou que os dois já passaram pelo veterinário. “Eles foram vacinados, ganharam banho, vermífugo e antipulgas". Antes de adotar os cães, o padre pediu o carrinho usado por Santos para carregar as reciclagens que vendia. "Os cães buscam nela um refúgio para a saudade que sentiam do dono porque ainda percebem a presença dele", afirmou. Ariotti disse que os cães aparentavam tristeza quando chegaram à casa dele, mas quando viram o carrinho, melhoraram e ficaram mais à vontade.
O caso
De acordo com a polícia, o barraco onde Carlos Miguel dos Santos morava com os dois vira-latas foi incendiado por quatro menores de idades entre 11 e 15 anos. Eles disseram que a vítima devia R$ 2 a eles e queriam dar um susto no papeleiro para que ele fizesse o pagamento. O homem teve queimaduras em 85% do corpo e morreu dois dias após o incidente. Desde então, Scooby e Preta aguardava pela volta do companheiro ao lado de seu carrinho em um depósito de lixo.
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