UTI

Pacientes morreram após prescrição médica, diz polícia

Médica e ex-chefe de hospital de Curitiba é acusada de homicídio qualificado e formação de quadrilha

Agência Estado
08/04/2013 às 21:19.
Atualizado em 25/04/2022 às 21:14

A Polícia Científica do Paraná entregou nesta segunda-feira (8) ao Ministério Público do Estado (MP-PR) um relatório que mostra novos dados sobre o trabalho da médica e ex-chefe da UTI do Hospital Evangélico de Curitiba, Virgínia Soares de Souza, 56, acusada de homicídio qualificado e formação de quadrilha pela morte de sete pacientes.

Segundo o relatório, que reúne prontuários de janeiro de 2006 a fevereiro deste ano, dos 346 casos analisados, em 317 deles os pacientes morreram no mesmo dia em que houve prescrição médica de Virgínia Soares. Para o advogado de defesa, Elias Mattar Assad, o relatório não tem valor científico. "Discordo dessa conclusão, pois não é científica e um conjunto de coisas que não provam é igual à prova nenhuma", afirma.

Sobre a médica Virgínia, recai a acusação de provocar mortes - juntamente com outras sete pessoas também indiciadas pelo MP - por meio do uso de medicamentos que provocariam paralisações musculares. Os pacientes morreriam por asfixia. "Em conversa com minha cliente, ela reafirmou que tudo o que foi feito dentro da UTI está compreendido na literatura médica e questionou se, caso tivesse feito algo errado, deixaria essas supostas evidências nos prontuários?", diz.

O caso permanece sendo investigado pelo Núcleo de Repressão a Crimes Contra a Saúde (Nucrisa) e teve início em março do ano passado por meio de denúncias anônimas de pessoas que atuavam na UTI junto à Corregedoria do Estado, que as repassou ao Ministério Público. Outros 21 casos continuam sendo investigados pela polícia, assim como diretores do hospital nos últimos anos.

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