JULIANNE CERASOLI

Os zerinhos de Vettel

09/11/2013 às 05:00.
Atualizado em 26/04/2022 às 12:02

Depois de ser vaiado em três vitórias seguidas entre os GPs da Bélgica e de Cingapura, Sebastian Vettel resolveu melhorar sua imagem de alemão infalível e ao mesmo tempo previsível com o dedo indicador sempre em riste e comemorou seu quarto título consecutivo em grande estilo, com direito a zerinhos na linha de chegada, reverência ao carro da Red Bull e à torcida no GP da Índia. Só faltou pedir música no “Fantástico” — e já teria direito a duas, pois venceu os últimos sete GPs em sequência. As vaias de fato ficaram para trás e a comemoração provocou o deleite de fãs e fotógrafos, dando um quê apoteótico para um desfecho mais que previsível no Mundial. Mas renderam uma advertência ao piloto e uma multa à equipe. Para muita gente, são em momentos como este que a Fórmula 1 perde uma chance de ganhar simpatia. E logo vêm à tona as lembranças de épocas mais permissivas, quando comemorações como as de Ayrton Senna empunhando a bandeira do Brasil sequer eram questionadas e disputas ferrenhas por posição não eram acompanhadas do por vezes irritante aviso de que “o incidente será investigado pelos comissários.” Mas também temos que lembrar que épocas passadas eram cheias de falcatruas técnicas, favorecimentos e jogos políticos, como bem sabia o tricampeão brasileiro. Se hoje bandeiras são proibidas em comemorações — apesar de terem feito vista grossa para a comemoração de Fernando Alonso no GP da Europa do ano passado, em Valência, quando o espanhol ganhou largando em 11º na frente de sua torcida – é para evitar que outros objetos mais pesados também sejam dados aos pilotos antes da pesagem obrigatória por que os carros passam assim que são estacionados no parque fechado. E foi justamente por este motivo que a comemoração de Vettel acabou em multa – e não pelos zerinhos em si, como foi divulgado por aí: o alemão desrespeitou a regra que obriga o piloto a levar o carro ao parque fechado ao deixar seu carro estacionado na linha de chegada. Por este motivo, quando repetiu a comemoração na prova seguinte, em Abu Dhabi, e retornou aos boxes como manda o figurino, não teve qualquer problema.

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