Como escrevi no início do ano, a pré-temporada de um mês para todos os clubes do Paulistão deixou ainda maior a distância entre os quatro grandes e os demais 16 times da Série A1. Sem contar os resultados desta quarta-feira, São Paulo, Palmeiras, Corinthians e Santos somavam, juntos, 108 pontos. Os quatro times que até esta quarta estavam na zona de classificação para as quartas de final (Mogi Mirim, Ponte Preta, Botafogo e Capivariano) tinham 66. A diferença de 42 pontos é muito grande e expõe de forma clara os efeitos da cada vez mais gritante diferença de orçamentos. Nesse cenário, a Ponte Preta consegue se destacar entre os 16 restantes. Não se aproxima da performance dos grandes, mas é a segunda colocada com maior pontuação e com a maior vantagem sobre o terceiro colocado. Entre os times do Interior, é a visitante que, teoricamente, irá dar mais trabalho nas quartas de final, embora o favoritismo do Corinthians em sua arena seja indiscutível. Até agora, os quatro grandes sofreram apenas uma derrota para equipes do Interior. Culpa da Ponte Preta, que, na segunda rodada, foi ao Allianz Parque e bateu o Palmeiras por 1 a 0. O time poderia ter repetido a dose contra o São Paulo, que veio a Campinas com reservas na 10ª rodada e foi dominado durante boa parte do confronto. Mas terminou vencendo, graças a uma ótima atuação de Rogério Ceni e à capacidade de converter duas das poucas chances que criou. Nesta quinta-feira, novamente no Majestoso, a Ponte Preta tem mais um desafio contra um grande. Recebe o invicto Santos, dono da melhor campanha e do segundo melhor ataque do Campeonato Paulista. Infelizmente, o calendário brasileiro ignora as datas reservadas pela Fifa para jogos entre seleções. Assim, Robinho — que seria a maior atração para o público — não estará em campo. Sua ausência é ruim para o espetáculo, mas tecnicamente é vantajosa para a Macaca, que, mesmo assim, não terá moleza. A partida será complicada e serve como preparação não apenas para as quartas de final, mas também para o Brasileirão. Na Série A, será fundamental que a Ponte também consiga aparecer logo depois dos grandes e à frente dos outros oito. Para isso contará com Borges e outros reforços que estão por vir. A meta inicial será permanecer na elite e incomodar um dos 11 grandes sempre que possível. Nesta quinta, a diretoria e a comissão técnica terão a oportunidade de avaliar em que estágio a Macaca se encontra em sua preparação para o Brasileirão.