ZEZA AMARAL

Os escravos do jaleco branco

25/08/2013 às 05:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 04:21
ig-zeza-amaral (AAN)

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Nada mais nostálgico que o bolero cubano, seus grandes instrumentistas, compositores e cantores. Buena Vista Social Club, o documentário do cineasta alemão Wim Wenders, assim como vi, é um rasteiro documento do que foi a criatividade de Ibrahim Ferrer, cujas canções foram sinceramente cantadas por Omara Portuondo, uma rara intérprete do seu tempo — e isso significa algo mais além do que pesquisadores imaginavam.Fidel Castro e Guevara derrubaram um governo eleito democraticamente pelo povo cubano — corrupto até mais não poder, é claro — e em menos de um mês de um governo revolucionário executaram cerca de 900 opositores, naquilo que eles chamaram de paredón, como se tal fosse um novo valor moral a ser seguido pela humanidade. Até o momento, saibam os jovens românticos, da revolução cubana, quase sessenta anos depois contam-se 20 mil definitivamente “emparedados” e cerca de 80 mil cubanos mortos tentando fugir de Cuba, em embarcações precárias que naufragaram antes que atingissem a costa marítima da Flórida.Cuba é um país que não consegue sequer produzir papel higiênico para o seu povo; lá o jornal Gramma faz o serviço social e higiênico do país. De algum modo, é um fator político e coerente. E amanhã, segunda-feira, desterrados 400 médicos cubanos aportarão em nosso país e aqui estarão melhor do que em Cuba, contratados que foram e legalizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), através do OPAS (e sei lá o que é isso) para atender os interesses eleiçoeiros do petismo que ora está incrustado nas costas de todos os brasileiros. São eles, os médicos cubanos, os novos escravos do petismo que pretende com isso dar uma alavancada política no ministro Alexandre Padilha, da Saúde, o mais novo “poste” político do presidente virtual do país, Lula da Silva.Cada um dos médicos cubanos nos custará 120 mil reais anuais e eles estarão chegando para atender milhões de nortistas e nordestinos que até hoje são empilhados em corredores de hospitais do SUS que, é bom que se diga, morrem em paz porque freiras, jesuítas e tantos abnegados cristãos oferecem seus ombros cristãos e solidários.Uma nota: 284 hospitais brasileiros fecharam as portas porque o SUS lhes deu um calote.Médicos cubanos são escravos da nova leitura ideológica petista. Alexandre Padilha, o ministro da Saúde, será o candidato do Lula para concorrer ao governo paulista e o Ministério do Trabalho Federal está provocado moralmente a investigar essa nova modalidade de trabalho escravo internacional, onde médicos cubanos são terceirizados pelo governo brasileiro que, em suma, os pagará segundo seus interesses — principalmente políticos.E assim se estabelece a partir dessa segunda-feira a volta da escravatura oficial no país e a desmoralização da classe médica brasileira que, há décadas, exige do governo mais leitos, mais remédios, mais hospitais e equipamentos de diagnósticos.Sejam os médicos cubanos bem-vindos ao nosso país, devo dizer, pois todos devem estar tentando melhorar de vida e, alguns outros, fugindo de um país ditatorial que mantém reféns suas mulheres, seus filhos, parentes e pais. Mas que eles saibam que para onde estão sendo mandados — sem opção — é algo pior do que a própria Cuba, pois o Norte e o Nordeste brasileiro, onde predomina o pior do coronelismo brasileiro, Sarney, Collor, Calheiros e Jucá Ferreira, não têm sequer privada para seus 75% de moradores obrarem. Lula já falou que a saúde do País beirava a perfeição e quando o câncer lhe pegou pela garganta ele correu para o Sírio Libanês. Sarney idem. Todos os políticos, ibidem.O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em julho passado, disse que a contratação dos médicos cubanos não mais iria acontecer. Anunciou novas 15 mil vagas para médicos brasileiros e apenas 1.682 se inscreveram no programa, sendo que muitos já desistiram. O motivo é muito simples: o SUS não tem equipamentos necessários, sequer leitos, e muito menos uma política de saúde pública. Mas negação era uma estratégia.O petismo tem sim é um propósito eleitoral que envolve a saúde e o bem-estar do povo brasileiro. E os quatro mil médicos cubanos que o petismo busca trazer para o País nos custará 480 milhões de reais ao ano. Sem contar que os médicos cubanos serão os novos escravos do jaleco branco que Cuba estará vendendo aos interesses petistas de plantão que não querem largar o osso do poder. E daí pergunto: quanto desse dinheiro poderá financiar uma campanha eleitoral, hein?Bom dia.

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