PAIS E FILHOS

Os erros mais comuns cometidos pelos pais na educação dos filhos

Elogios em excesso, desautorizar o pai ou a mãe na frente da criança e não dar exemplo são algumas questões que passam despercebidas no dia a dia

Mariane Montedori
02/10/2013 às 09:46.
Atualizado em 25/04/2022 às 01:16

O pecar pelo amor. É assim que pode ser definido o principal erro cometido pelos pais na educação de seus filhos. Antes de mais nada, é preciso lembrar que são os pais os grandes responsáveis por nortear a criança e colaborar para a formação da personalidade dela. Dessa forma, é imprescindível pensar no filho como o adulto de amanhã e suas possíveis tomadas de decisões. Excesso de elogios resultam na incapacidade de esforçoQuando a criança é pequena é natural querer cobri-la de carinhos e realizar todas as vontades dela para satisfaze-la. Elogios são frequentes e, às vezes, banais. Quando os pais passam a elogiar tudo que seu filho faz, ao invés de autoestima, a criança pode deixar de se auto exigir, acreditando que independente do que fizer, estará ótimo. É aí que mora o perigo. “Até os anos 70 não havia uma preocupação nítida com essa questão da autoestima dos filhos. Quando se começa a falar mais sobre isso, vem o exagero. Os pais começaram a elogiar qualquer coisa, mesmo que banal”, afirma Tania Zagury, mestre em educação e autora do livro “Filhos: manual de instruções” (Editora Record). Ainda segundo a autora, o elogio deve vir sim, mas de maneira equilibrada. É importante encorajar e parabenizar um filho quando há de fato uma conquista. O dever do pai nesta situação é perceber que as crianças realmente se esforçaram para atingir o objetivo.Desautorizar o pai (ou a mãe) na frente da criança  Uma eterna discussão na família sempre será a divisão do 'pode' ou 'não pode' diferida pelos pais. Tudo começa quando a criança faz uma simples pergunta, como 'Posso tomar sorvete antes do almoço?'. Enquanto o pai diz sim, a mãe repulsa e discorda. O que parece um simples caso de família, pode gerar uma confusão gigantesca na cabeça da criança. Alguns psicólogos afirmam que a criança não entenderá os limites impostos pelos pais, tirando sua credibilidade, já que incentivará a criança a descumprir regras. É normal que o casal não concorde em tudo. A sugestão é que seja feita uma conversa longe da criança para definir, em comum acordo, as regras da casa. Faça o que eu digo, não faça o que eu façoO que são os pais senão o exemplo para os filhos? Eles constituem a base referencial para educação da criança. E o filho nada mais é que o reflexo dos pais. As brincadeiras de imitação começam desde bebê, com a criança tentando fazer as mesmas caras dos pais, os mesmos sons. Conforme o pequeno cresce, passa a questionar quando não pode ser igual a eles. O exemplo é muito mais forte para a criança do que as palavras e hábitos como não fumar, comer verduras e legumes e dormir cedo pode fazer com que a criança entenda desde cedo a importância de levar um estilo de vida mais saudável. Ceder à birra da criança Quer mais falta de respeito e credibilidade que ceder à birra de seu filho? Ceder é renegar o posto de pai e deixar a criança no comando. Ela irá achar que pode conseguir tudo o que quer, na hora que quiser - basta chorar. A psicóloga Aline explica que as crianças desafiam e buscam o limite o tempo todo. "Mas sem esse limite pode haver insegurança pois não fica claro o que é certo ou errado diante de situações da vida", diz. O melhor a fazer é dizer para ela que a birra não vai adiantar, sempre com muito diálogo. Deixar a criança lá, chorando, pode parecer cruel mas é uma alternativa. Só assim ela irá perceber que a choradeira não trará resultado e irá parar.As regras são mais fáceis de serem seguidas se forem compreendidas   'Não pode', 'Não faça isso', 'Isso é assim'. Impor nunca levou ninguém a lugar algum. A criança se torna irritada com questões simples que ela não entende e fica renegada a justificativas dos pais, o que a torna uma criança irritada e brava. Quando uma questão se torna esclarecida é muito mais fácil a criança reter o que aprendeu e não cometer o possível erro novamente. É claro que existem explicações complexas demais para o pequeno entender, como dizer o que é um choque ao colocar o dedo na tomada, mas há outras abordagens mais eficientes. Nessas horas, vale investir no afeto e explicar com paciência: 'Não pode colocar o dedo na tomada, você pode se machucar; papai te ama e quer que você fique bem! Venha cá que quero te dar um abraço' . A demonstração de carinho ajuda a mostrar que você impõe regras porque quer o bem do filho.Não conte mentirinhas nem faça ameaçasFazer chantagem e dizer que o bicho papão vai devorar a criança se ela não comer parece uma forma rápida de fazer com que seu filho almoce. No entanto, com o tempo ela vai começar a perceber essas mentirinhas e usarão do mesmo artifício para chantagear os pais. Pais que mentem têm grande chances de criar filhos também mentirosos. No futuro, quando a criança dizer que já fez o dever de casa enquanto, na verdade, jogava videogame pode parecer só mais uma mentirinha sem consequências.     Outro grande vilão é a aplicação de ameaças. 'Se não obedecer você vai ficar sem sobremesa'. Isso é condicionar o comportamento, sem mostrar a importância dele. Ameaçar sem cumprir é ainda pior: isso enfraquece a moral dos pais, pois a palavra fica árida, autoritária e ainda falsa. Mentiras, chantagens e ameaças não ajudam os filhos a lidar com as frustrações, amadurecer os valores e fazer uso de estratégias pró-ativas na vida. 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