Coluna publicada na edição de 19/3/19 do Correio Popular
O placar de 3 a 0 e o controle absoluto do segundo tempo por parte da Ponte Preta provocaram efeitos extremos nos dois clubes. Já ao final do Dérbi 193, o Guarani acusou o golpe. Ainda no vestiário do Moisés Lucarelli, a diretoria anunciou a queda do técnico Osmar Loss. No lado alvinegro, a goleada sobre o rival serviu como bálsamo para a torcida que, pelo segundo ano consecutivo, vê o time ser eliminado ainda na primeira fase do Paulistão. O fato de ter entrado em campo já eliminada pelo Red Bull não tirou da Ponte Preta o apetite pela vitória no clássico. Em casa e em melhor fase, o time tinha tudo para acabar com as poucas chances de classificação do rival. Jorginho adotou uma estratégia compatível com os desejos da torcida. A Macaca desde o início tomou a iniciativa de atacar. Teve um pouco de dificuldade no início, já que o Guarani se protegeu bem e ainda criou uma boa chance de abrir o placar com uma cabeçada de Diego Cardoso que passou perto da trave. A Ponte, porém, não permitiu que o jogo ficasse agradável para os visitantes. O time aumentou o ritmo no final do primeiro tempo e abriu o placar com um gol de pênalti de Thalles. Depois disso, o Dérbi mudou. Do primeiro ao último minuto do segundo tempo o Guarani se mostrou incapaz de importunar o goleiro Ivan. O time perdeu concentração e confiança e ficou junto às cordas, à espera de novos golpes do adversário que já estava em vantagem. E a Macaca bateu forte. Fez mais dois gols e perdeu outras chances claras. O humilhante placar de 3 a 0 ficou barato para os visitantes. A Ponte soube tirar proveito de sua incontestável vitória. O resultado foi explorado com celebrações nas redes sociais e nas ruas da cidade, o que deu enorme satisfação à torcida. O triunfo no clássico também dá mais confiança ao time, que no próximo dia 3 terá outra chance de eliminar o Aparecidense na Copa do Brasil. Enfim, foi um jogo que salvou o início de ano irregular do clube. No Brinco, a derrota provocou a queda de Osmar Loss. Eliminado pelo Avenida na Copa do Brasil e pelo Novorizontino no Paulista, o treinador foi muito mal no Dérbi. Não teve alternativa tática quando o cenário do jogo mudou, demorou para mexer no time e fez três substituições incompreensíveis. A derrota foi amarga, mas dela o clube pode — e deve — tirar ao menos uma lição para a Série B. A contratação de um técnico com resultados negativos em suas poucas e curtas passagens no comando de times profissionais foi uma aposta insensata, tola. O preço foi pago e a diretoria deve levar isso em consideração na hora de escolher o seu próximo treinador.