Quando a Ponte Preta anunciou a demissão de Sidney e a contratação de Vadão, escrevi a seguinte frase aqui na coluna: "É um treinador mais caro, mas que conhece o campeonato, a cidade e o clube. Vadão é capaz de fazer o time evoluir imediatamente, mesmo porque a Ponte só fez apresentações muito ruins até agora".E não deu outra. Logo de cara, em apenas uma semana com três jogos e pouco tempo para treinar, a Ponte deixou de ser aquela equipe confusa, vulnerável e inofensiva do início do Paulistão.Melhor escalada e mais confiante, ganhou os nove pontos que disputou com Corinthians, Comercial e São Paulo. Performance que a transformou rapidamente de "time que vai lutar pra não cair" em "time que vai brigar por um lugar nas quartas de final". Não se trata de uma equipe brilhante e extremamente competitiva. Mas já é boa o suficiente para almejar a 2ª vaga do Grupo C.Nesta terça-feira, Vadão esteve aqui na redação e falamos sobre essa rápida e esperada evolução. Consciente de que o time ainda não está pronto, o treinador falou sobre a necessidade de reforços, principalmente para a competição mais importante do ano, a Série B. E então perguntei a ele se é possível, ainda no Paulistão, uma nova evolução, com ou sem reforços, capaz de levar a Macaca à semifinal ou à decisão.O vice-campeão paulista de 2012 e campeão catarinense de 2013 acha, sim, que isso é possível. Mas admite que não dá pra dar esse salto de qualidade apenas com uma escalação mais equilibrada. Para ir além, ele precisa de tempo para treinar a equipe.Serão raras as semanas livres, com mais tempo para treinos. Vadão é a favor do movimento Bom Senso e tem convicção que o calendário do futebol brasileiro precisa se modernizar.O desgaste físico dos atletas no futebol atual é muito maior do que o de alguns anos atrás e, com tantos jogos e viagens, eles só têm tempo para jogar e se recuperar. A pré-temporada, explica Vadão, é fundamental para que os jogadores façam um trabalho adequado de fortalecimento muscular. É isso que servirá de base para a disputa de toda a temporada.Sem essa base, as contusões musculares são mais frequentes. Foi o que aconteceu, por exemplo, com Adrianinho e com dois jogadores do Comercial só na partida contra a Ponte.Administrar a parte física, disputar uma maratona de jogos e ainda encontrar tempo para fazer dessa nova Ponte um time ainda mais competitivo são os desafios do treinador que, na noite desta quarta-feira, vai lutar pela sua quarta vitória consecutiva no Paulistão.