Participantes declararam que o protesto pretende "marcar território" para as manifestações contra Dilma programadas para o próximo domingo ( Agência Brasil)
Partidos de oposição ao governo Dilma Rousseff (PT) declararam apoio à manifestação em Campinas no próximo domingo (15) e confirmaram a presença das principais lideranças, mas sem levantar a bandeira do impeachment da presidente. Nomes do DEM, PPS e PSDB se animaram para aderir ao protesto, mas a motivação ocorreu após a reação ao discurso da presidente no último domingo (8), quando moradores de alguns bairros de capitais brasileiras e de Campinas promoveram um panelaço durante o pronunciamento da petista em rede nacional de rádio e TV. A única legenda que assumirá publicamente ser favorável ao impeachment é o Solidariedade.Vereadores e deputados campineiros que confirmaram presença na marcha da tarde do dia 15 disseram que o ato para eles será contra a corrupção na Petrobras, medidas econômicas impopulares e gastos exorbitantes do governo federal. Os políticos alegam que, hoje, a investigação dos casos de desvio de recursos da estatal ainda não tem elementos contundentes para incriminar a mandatária. Tucanos A deputada estadual Célia Leão (PSDB) afirmou que militantes da ala jovem do partido, vereadores e políticos tucanos estarão presentes nos dois eventos marcados em Campinas. Os organizadores dos protestos não conseguiram entrar em acordo em relação ao local e à data da passeata, e decidiram fazer a manifestação em horários distintos, às 9h30 e às 13h. Célia disse que o movimento é apartidário, mas que as causas da "indignação" da população são as mesmas do PSDB. No entanto, ela afirma que o impeachment ainda é controverso. "Dentro do partido, tem gente que apoia e tem gente que não apoia o impeachment. Sabemos que alguma coisa deve acontecer. Mas a marcha do PSDB é para uma investigação séria do caso Petrobras" , explicou a parlamentar. PPS participará Já o líder de governo na Câmara de Campinas e presidente do PPS, André von Zuben, afirmou que seu partido está apoiando as manifestações no Brasil inteiro e que ele irá para a marcha. "Porém, o PPS acha que nesse momento não há nada que justifique impeachment" , afirmou. Para Von Zuben, o ato será um momento de cobrança da população. Ele citou o aumento do preço energia elétrica, da gasolina e as mudanças nos direitos dos trabalhadores como fatores para a indignação. "A Dilma pintou um cenário de mar de rosas durante sua campanha política que era falso. Logo depois de assumir seu segundo mandato, vieram as surpresas. O povo quer uma resposta" . Como cidadão Vereador do DEM e ex-presidente da Câmara, Campos Filho disse que não pode haver partidarismo na manifestação. Ele também confirmou presença na manifestação das 13h em Campinas, mas disse que não irá empunhar a bandeira do DEM. "Vou como um cidadão que não concorda com tudo isso que está aí, mas não pelo impeachment" , disse o democrata. Para Campos, a presidente deveria ter "jogado limpo" em sua campanha. "A democracia não pode vender ilusão. E foi isso que a Dilma fez na Campanha" .O presidente do Solidariedade de Campinas, Dário Saadi, afirmou que irá protestar contra os ajustes econômicos que atingiram em cheio o bolso do trabalhador. "Para fazer isso, o governo deveria dar o exemplo. Reduzir o número de ministérios e cargos comissionados são as primeiras medidas. Só depois ele pode mexer na carga tributária e direitos trabalhistas". 1º a aderir Apesar do tom mais ameno do presidente local da legenda, os caciques da sigla anunciam nesta quinta-feira (12) o posicionamento favorável ao impeachment da presidente. O pronunciamento será feito pelo presidente nacional da legenda, Paulinho da Força, que deverá detalhar os processos pela destituição da presidente.Presente em peso nas manifestações de 2013, o Psol de Campinas não vai para o protesto de domingo. O vereador Paulo Búfalo (PSOL) acredita que o movimento é oportunista e arquitetado por grupos de extrema direita. "Vamos esperar para ver a direção que o governo vai tomar" . A mesma posição foi adotada ela cúpula nacional.Rio No Rio de Janeiro, um protesto que pedia o impeachment de Dilma reuniu 30 pessoas na Candelária. O sociólogo Ricardo Santana Reis, funcionário da estatal Eletronuclear, foi atingido por duas garrafas de água mineral ao chamar de "golpistas" e "milicos". As garrafas foram jogadas por Rodrigo Brasil, empresário e fundador da página de Facebook "Revoltados Online". Quase todos os manifestantes vestiam camisas com as cores verde e amarela. O protesto, que começou com seis pessoas, ganhou adesão de duas senhoras, uma delas a aposentada Dircea de Souza, de 65 anos. Sobre a baixa adesão, Dircea disse que "as pessoas estão trabalhando" e não puderam comparecer. O protético Eron Melo, famoso pela presença em manifestações de rua desde 2013, vestido de Batman, levou uma faixa com a inscrição "Fora Dilma - 15/03 Copacabana", em referência às manifestações programadas para o próximo domingo. Dois protestos Campinas terá dois protestos distintos no dia 15, porque os organizadores não conseguiram entrar em acordo em relação ao local e à data da passeata. O ato organizado pelo movimento Vem Pra Rua começa às 9h30 e se concentra no Largo do Rosário. A passeata tem 5,8 mil confirmados no Facebook e terminará no Centro de Convivência, no Cambuí. Já a passeata Impeachment da Presidente Dilma tem 25 mil confirmados e começa às 13h, na Avenida Francisco Glicério, em frente a Catedral Metropolitana de Campinas. A marcha segue para a Aquidabã, passa pelas avenidas Norte-Sul e Orosimbo Maia e termina na Anchieta, em frente a Prefeitura.